Autor: Lusa/AO Online
A cratera é relativamente circular, com uma cavidade com seis quilómetros de largura e possui uma ampla cúpula central, tendo sido denominada "Ovo Estrelado" devido à sua forma distintiva.
Caso se confirme que a sua origem resulta do impacto de um corpo exterior, estima-se que a colisão tenha provavelmente ocorrido nos últimos 17 milhões de anos, a provável idade máxima do fundo basáltico da rocha submarina onde está a cratera.
"Para ter a certeza, precisamos de retirar amostras e fazer um perfil das camadas sedimentares, para determinar se existe realmente uma elevação central decorrente de um impacto", explicou Frederico Dias, da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental Portuguesa (EMEPC).
"É também necessário analisar os sinais consistentes com um impacto a alta velocidade", pormenorizou, como a acumulação de materiais rochosos e a existência de fragmentos de rocha de forma cónica, que se formam a partir das altas pressões associadas a fenómenos vulcânicos e ao impacto de meteoritos.
O investigador descreveu este provável impacto no encontro de Outono da União Geofísica Norte-americana (AGU), a maior reunião anual de cientistas ligados às ciências da Terra, que termina hoje em São Francisco.
O "Ovo Estrelado" foi inicialmente identificado a partir de informação reunida numa investigação hidrográfica, em 2008. Uma nova acção, que decorreu entre Setembro e Novembro deste ano, confirmou a sua presença.
A depressão está localizada a dois quilómetros de profundidade e a certa de 150 quilómetros do arquipélago dos Açores.