Autor: Lusa/AO Online
Estas posições foram assumidas por António Costa no final de quatro horas de reunião da Comissão Política Nacional do PS, que, por ampla maioria, mandatou o secretário-geral socialista para iniciar conversações com todas as forças com representação parlamentar, tendo em vista a formação de um novo Governo.
Segundo António Costa, da Comissão Política Nacional do PS, resultou "um mandato claro para as negociações que haverá pela frente".
"O mandato que temos é para falar com o conjunto das forças políticas. Neste quadro parlamentar que é novo e que exige de todos um grande sentido de responsabilidade para o país, vamos avaliar e tentar encontrar boas soluções programáticas para o país", completou o líder socialista.
Questionado se já falou com o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre a formação do novo Governo, o secretário-geral do PS respondeu com um rotundo "não".
Interrogado sobre as condições para haver um Governo entre o PS, o PCP e Bloco de Esquerda, António Costa começou por referir que havendo um partido com mais deputados - o PSD - é natural que lhe incumba o ónus de procurar soluções de governabilidade".
"Mas devemos falar com todas as forças políticas sem exceção. É sabido que há muitos meses, entre as deliberações do PS, está a recusa do conceito de arco da governação - um conceito que, negativamente, tenta delimitar quem são as forças políticas que podem participar em soluções governativas", referiu.
Ainda justificando o diálogo à esquerda, António Costa afirmou depois que "nunca poderia ser indiferente" a registar as declarações do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, após as eleições, sobre a necessidade de formação de um Governo de esquerda, nem ignorar que a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, também já depois das eleições, reafirmou as condições para a formação de um executivo de esquerda.
Já sobre a possibilidade de um "Bloco Central" PSD/PS, o líder socialista definiu como "pouco saudável" essa fórmula de Governo para a democracia portuguesa, "salvo em situações de emergência".
"Acho que esta campanha eleitoral foi clara na diferenciação de propostas entre a coligação de direita e o PS. Há uma enorme distância - e isso seria não cumprir o mandato que os eleitores nos deram", justificou.
A seguir, o secretário-geral do PS frisou que os socialistas terão "sentido de responsabilidade, espírito de diálogo e de compromisso, sabendo que nenhuma forma dispõe de maioria absoluta no parlamento".
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