Autor: Lusa /AO Online
“Reivindicamos mais lugares em termos de ligações aéreas, o estabelecimento das ligações marítimas e a melhoria na frequência das ligações marítimas do navio cargueiro, ou seja, passar a ligações semanais em vez de quinzenais”, afirmou à agência Lusa a presidente do Conselho de Ilha de Santa Maria, Dulce Resendes.
No domingo, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) inicia uma visita estatutária de três dias a Santa Maria, onde vai reunir-se com o Conselho de Ilha e organizar um fórum sobre a estratégia da região para o Espaço.
Dulce Resendes defendeu a manutenção do número de voos realizados no último verão para ilha mais oriental dos Açores, mas avisou que tal deve ser feito com o “devido planeamento”.
“O que reivindicamos é que se mantenha no próximo verão os mesmos voos que foram realizados em 2022. Houve um número crescente de voos extraordinários que foram feitos de forma inopinada e nós não queremos que isso seja feito de forma inopinada”, explicou.
A presidente do Conselho de Ilha considerou a Tarifa Açores (que permite viagens aéreas interilhas a 60 euros para os residentes) uma “excelente medida”, mas alertou para o “reverso da medalha”, porque o aumento da mobilidade “entupiu a capacidade de resposta” da SATA.
“Temos muitas pessoas que se deslocam a São Miguel para uma consulta e que permanecem em São Miguel durante uma semana porque não têm lugar para regressar. Isso não lembra a ninguém”, criticou.
Dulce Resendes também alertou para as obras em curso no porto da ilha que “não contemplam revindicações de longa data” dos marienses, como o aumento do cais acostável.
“Neste momento, os navios da Transinsular que queiram operar na ilha de Santa Maria não têm capacidade para o fazer. Fazem em todas as ilhas do arquipélago menos Santa Maria e Corvo”, condenou.
Segundo disse, aquele organismo está ainda “preocupado” com a “falta de resposta para os idosos que não têm lugar no lar e no centro de dia”.
O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) começa no domingo uma visita estatutária de três dias à ilha de Santa Maria.
Segundo o Estatuto dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.
O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos por cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia e um representante do Governo Regional (sem direito a voto).
No conselho, têm ainda assento dois representantes do setor empresarial, dos movimentos sindicais e das associações agrícolas.
Estão também representadas as Instituições Particulares de Solidariedade Social, as associações ambientais não governamentais e as associações de defesa da igualdade de género nas ilhas em que estas tenham sede.