Açoriano Oriental
Congresso dos EUA aprova segunda acusação de destituição sobre Trump

A Câmara dos Representantes norte-americana aprovou uma segunda acusação contra Donald Trump por obstruir o trabalho do Congresso ao recusar participar na investigação judicial sobre si.

Congresso dos EUA aprova segunda acusação de destituição sobre Trump

Autor: Lusa/AO Online


O Congresso, nas mãos dos democratas aprovou esta acusação com 229 votos a favor, 198 contra e uma abstenção, obedecendo aos alinhamentos partidários (com quatro excepções).

O Presidente republicano fora pouco antes sujeito a uma acusação de abuso de poder, que contou com 230 votos favoráveis, 197 contra e uma abstenção.

Donald Trump irá responder por estes dois crimes de que é acusado no no Senado (câmara alta), onde os republicanos (no poder) têm uma clara maioria.

Na sessão, a líder democrata da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse que Donald Trump é uma “ameaça constante” à “segurança nacional” dos EUA, durante o debate para votação dos artigos de destituição do Presidente.

“Os atos irresponsáveis do Presidente tornaram necessário o seu ‘impeachment’. Ele não nos deixou outra escolha”, afirmou Nancy Pelosi, referindo-se à decisão dos democratas de levarem artigos de destituição para aprovação no plenário da Câmara de Representantes.

Segundo Pelosi, o Presidente agiu como uma “ameaça constante à segurança nacional e à integridade das eleições”, ao tentar pressionar um líder estrangeiro a investigar um rival político de Trump.

Durante o dia, Donald Trump voltou a declarar-se inocente no inquérito para destituição, que arrancou no início de outubro, com acusações de que o Presidente teria pressionado o seu homólogo da Ucrânia, Volodymyz Zelensky, para investigar a atividade, junto de uma empresa ucraniana envolvida em casos de corrupção, do filho de um rival político, Joe Biden.

À mesma hora que os congressistas votavam, Trump realizava um comício em Battle Creek, Michigan e comentou o caso: "não sinto verdadeiramente que esteja a ser destituído".

Os democratas insistem nas provas angariadas nas audições do Comité de Informações, primeiro, e Comité Judiciário, depois, para legitimar a decisão de considerar que a atividade do Presidente no caso ucraniano é passível de destituição.

“É trágico que as ações imprudentes do Presidente tornem o ‘impeachment’ necessário”, disse Pelosi, acrescentando que Trump violou a Constituição e merece ser destituído.

Donald Trump torna-se assim no terceiro Presidente norte-americano a passar a fase seguinte do processo para ser destituído, depois de Andrew Johnson (1868) e de Bill Clinton (1998).

Nesse caso, o processo passará para o Senado, que se constituirá com um tribunal para o julgamento político de Donald Trump, de acordo com a Constituição.

Democratas e republicanos já estão em negociações sobre os termos do julgamento político, que analisará se o Presidente cometeu um crime passível de levar à demissão, o que nunca sucedeu na história dos EUA, já que Andrew Johnson e Bill Clinton foram absolvidos no Senado.

O julgamento será conduzido pelo juiz John Roberts, mas serão os senadores quem servirá de juízes, perante os advogados nomeados pelo Presidente.

Se houver uma maioria de 2/3 de votos favoráveis no Senado, Donald Trump será o primeiro Presidente dos EUA a ser demitido.

Contudo, este cenário é pouco provável, já que os republicanos têm uma maioria confortável no Senado e já manifestaram a intenção de se unir na rejeição da pretensão de rejeitarem o processo espoletado pelos democratas.



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