Autor: Lusa / AO online
"Verifico que, passados 14 anos, Macau está com um desenvolvimento impressionante, [que] a Lei Básica a ser observada [e que] a comunidade lusófona continua a ser um ator central na vida política, económica e social desta Região e a granjear respeito e admiração", avaliou Durão Barroso, na intervenção que proferiu na residência oficial do cônsul-geral de Portugal em Macau.
O presidente da Comissão Europeia, que esteve em Macau pela última vez em 2005, começou por se pronunciar em inglês, mas acabou por proferir parte do discurso em português, expressando a "grande emoção" não só pelo regresso ao território, mas também por ter oportunidade de se dirigir a todos na sua língua materna, manifestando sentir ainda o "orgulho" dessa presença portuguesa.
Uma comunidade com "um papel decisivo em todas as suas vertentes" e "reconhecida pelo seu extraordinário dinamismo, empreendedorismo e seriedade", subscreveu o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, apontando que "a grande capacidade" de estabelecer diálogos com os outros figura como o aspeto que "distingue" esta comunidade das demais.
De Macau, Durão Barroso afirmou guardar "muitas memórias" pessoais e profissionais, até porque enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, na década de 1990, participou no processo de negociações para a transição de Macau para a China.
"A verdade é que temos hoje uma opinião positiva deste princípio 'um País, dois sistemas', que a cooperação económica está a funcionar bem, que a presença cultural europeia continua e que a Comissão Europeia tem vindo também a promover vários programas", destacou Durão Barroso, citando o exemplo dos programas de formação de tradutores e intérpretes, bem como no domínio jurídico.
Macau "já estava no meu coração, mas como presidente da Comissão tenho tudo feito para promover uma relação mais forte e consolidada entre a UE no seu conjunto" e o território, afirmou, apontando que tendo-se deslocado à China não queria falhar a hipótese de voltar a Macau dando um "sinal" do interesse da UE pelo território.