Açoriano Oriental
Covid-19
Comissão de acompanhamento dos Açores alerta para risco de aumento de casos após Natal

O presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia nos Açores, Gustavo Tato Borges, alertou para o risco de aumento de casos de infeção após o Natal, apelando ao cumprimento das recomendações nesta quadra.


Autor: Lusa/AO Online

“É um risco que possa haver um aumento de casos após o Natal, se as pessoas não tiverem comportamentos mais cuidados. Há essa possibilidade. Estaremos atentos a esse aumento de casos”, avançou numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, em conjunto com o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.

Atualmente, apenas dois concelhos nos Açores, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo, ambos na ilha de São Miguel, apresentam um risco de transmissão elevado do novo coronavíurus que provoca a doença covid-19.

Gustavo Tato Borges garantiu que “há medidas que estão sempre na gaveta prontas a ser colocadas em andamento”, caso se registe um aumento de infeções, mas ressalvou que “dentro da casa de cada um cada um manda em si”.

“Acreditamos que o povo açoriano é um povo consciente, colaborante, que se vai proteger e que vai tomar as medidas mais que necessárias para nos ajudarem a todos a controlar a situação”, sublinhou.

O responsável pela comissão, que é médico especialista em saúde pública, apelou a uma restrição de contactos nesta quadra, frisando que os testes de despiste do novo coronavírus são “uma fotografia do momento” e que um resultado negativo não dá “liberdade para ter todos os contactos e mais alguns”.

“O conselho para este Natal são festas familiares restritas, sem grande aglomerado de pessoas. Toda a gente pergunta quantas pessoas se podem juntar pelo Natal. Há um número genérico de 10 pessoas, mas isso depende muito da constituição habitacional. Há casas em que cinco pessoas já podem ser muitas na mesma divisória”, avançou.

Para Gustavo Tato Borges, este ano, “a melhor maneira de mostrar que gostamos e respeitamos os nossos amigos é evitar contactos desnecessários” e optar por “telefonar, escrever uma carta ou mandar um postal de Natal”.

“Há uma tradição de correr as casas dos amigos no Natal, uma tradição que tem um nome muito curioso de 'Menino Mija'. Este ano o menino não pode. Temos de evitar isto”, alertou.

O médico aconselhou ainda a população a utilizar máscaras, manter as distâncias, manter os tempos de refeições mais curtos e “tentar espalhar as pessoas ao longo da divisão da casa ou até da mesa”.

As visitas aos lares de idosos serão permitidas, mas com regras que serão publicadas numa circular conjunta das tutelas da Saúde e da Solidariedade Social.

“Estamos a falar de circuitos separados entre o visitante e o visitado, estamos a falar de barreiras físicas que permitam a separação entre uns e outros, da utilização de máscara (…), visitas que não durem mais de 15 minutos para que possa ser feita a higienização de espaços e possa vir outra visita a seguir, que haja um plano de registo e um responsável que possa falar com o visitante e perceber se tem sintomas, se contactou com alguém positivo ou com alguém de alto de risco”, revelou Gustavo Tato Borges.

As festas de passagem de ano poderão ser autorizadas, mediante o cumprimento das regras atualmente em vigor para os restaurantes, como a lotação limitada, a utilização de máscara e o distanciamento entre clientes.

“Têm-nos já chegado alguns pedidos que estamos a analisar, de maneira a poder autorizar ou não autorizar”, adiantou o presidente da comissão.

Questionado sobre o plano de vacinação, o presidente da comissão disse esperar que as primeiras pessoas possam ser vacinadas no dia 08 ou 09 de janeiro, tendo em conta que há uma previsão de que as primeiras doses cheguem aos Açores no dia 03 ou 04 de janeiro, mas a vacina da Pfizer “precisa de cinco dias para descongelar”.

“A primeira fase incidirá muito sobre as instituições residenciais para pessoas idosas e sobre profissionais de saúde e depois lá para meados de fevereiro, inícios de março, aquelas pessoas identificadas como pessoas com comorbilidades”, afirmou.


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