Autor: Lusa/AO online
"[Os chineses] têm demonstrado interesse em ser um dos países a participar no projeto. Até agora não entraram oficialmente no projeto Air Center, mas têm participado nos ‘workshops’ e têm sido convidados a dar contributos para este projeto, que, no fundo, é um projeto de cooperação científica no Atlântico", adiantou Gui Menezes.
O secretário regional falava aos jornalistas após uma reunião que decorreu hoje no Nonagon - Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel com elementos de uma comitiva do Ministério da Ciência e Tecnologia da China e da Academia de Ciência Chinesa, que está ao longo desta sexta-feira na ilha de São Miguel.
"Estas visitas servem para estreitar relações, servem para criar mecanismos de uma maior interligação entre, nomeadamente, a ciência que se faz cá e eventualmente com institutos chineses nestas áreas. É assim que se constroem as relações de cooperação científica e tecnológica e são sempre importantes estas visitas", destacou.
Gui Menezes lembrou que a China "tem alguma cooperação com Portugal nestas áreas científicas" e que seria "uma mais-valia" que os Açores entrassem nesta interação entre os dois países, admitindo "boas perspetivas" para o futuro.
"É naturalmente uma mais-valia. A China, pela sua dimensão e pelo seu ‘know-how’, será certamente um parceiro num projeto deste género muito importante, vamos ver como isso acontece e como pode acontecer", ressalvou.
O titular da pasta da ciência nos Açores admitiu que "naturalmente existem alguns interesses económicos" e lembrou que esta "não é a primeira vez " que uma comitiva chinesa vem aos Açores.
"Provavelmente acham que os Açores são um ponto estratégico, e nós também sabemos que o somos - um ponto estratégico no meio do Atlântico, dada a nossa localização geográfica - e que temos potencialidades que lhes podem interessar. E a nós pode interessar essa cooperação com vista ao nosso desenvolvimento", disse.
Gui Menezes lembrou que a visita serviu também para abordar a possibilidade de haver uma cooperação entre Açores e a China nas "questões do mar e da investigação no mar profundo", bem como na área da aquacultura.
"A China também tem coisas em que nós podemos aprender, nomeadamente nas questões de aquacultura, em que nós estamos a dar os primeiros passos. Para nós também será importante perceber experiências chinesas, sobretudo com algumas espécies que eles produzem e que nós temos cá e que têm valor comercial elevado. Como estamos a começar, podemos tirar daqui proveitos para o nosso conhecimento e desenvolvimento desta área nos Açores", sublinhou.