Açoriano Oriental
Covid-19
Chega questiona Governo por que não suspendeu ligações aéreas para os Açores

O deputado único do Chega quer saber por que razão não são suspensas as ligações aéreas para a região autónoma dos Açores, adiantando que responsabilizará o Governo pelas mortes que poderiam ser evitadas pelas "mais elementares medidas de prudência”.

Chega questiona Governo por que não suspendeu ligações aéreas para os Açores

Autor: AO Online/ Lusa

Num requerimento dirigido ao primeiro-ministro, e entregue hoje na Assembleia da República, o deputado e líder do Chega quer saber se "é verdade que o Governo Regional dos Açores solicitou autorização para encerrar as linhas aéreas para a Região Autónoma dos Açores", e por que razão o executivo "não diligenciou nesse sentido".

Na ótica de André Ventura, esta é "uma medida comprovadamente necessária para salvaguarda daquela região autónoma" e acusa o executivo de "até agora" a resposta ter "sido nula".

Numa carta dirigida a António Costa, o deputado reitera o apelo "ao imediato encerramento temporário do espaço aéreo português" a "todos os voos de passageiros oriundos de países onde se registe uma notória incidência do Covid-19".​​​​​​

"É urgente o encerramento do nosso espaço aéreo a esses voos. O mais elementar bom senso a tal aconselha, e a salvaguarda de inúmeras vidas assim o exige", defende Ventura.

"A ninguém acudirá, passada esta grave crise, responsabilizar a vossa excelência e ao Governo a que preside pelas mortes inevitáveis desta pandemia. Mas seguramente que pelas mortes que a tomada das mais elementares medidas de prudência poderia ter evitado, por essas seguramente, senhor primeiro-ministro, vossa excelência e o seu Governo inevitavelmente virão a ser chamados a responder politicamente", antecipou Ventura.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro disse que a TAP vai continuar a assegurar as ligações aéreas no arquipélago dos Açores, em particular na Terceira, para que a ilha "não fique privada da continuidade territorial com o conjunto do país".

A SATA parou no mesmo dia de fazer ligações inter-ilhas nos Açores e também vai deixar de fazer voos de fora da região para dentro, mas a TAP e a Ryanair continuam a operar para São Miguel e para a Terceira.

As medidas referentes à SATA foram hoje definidas pelo Governo dos Açores, que agiu enquanto acionista único da empresa, e visam combater a epidemia de Covid-19, que no arquipélago regista três casos positivos (um na Terceira, um em São Jorge e um no Faial).

No que refere à SATA Air Açores, ramo da empresa que opera dentro da região, determinou-se, até 31 de março, o encerramento da operação desde as 18:00 locais de hoje (19:00 em Lisboa), ficando excecionados voos de transporte de carga ou outros de "força maior", devidamente autorizados pela Autoridade de Saúde Regional.

O Governo dos Açores, presidido por Vasco Cordeiro (PS), deu ainda indicações ao conselho de administração da Azores Airlines - ramo da SATA que opera de e para fora dos Açores - para "suspender todas as ligações aéreas do exterior à região", com as mesmas exceções dos voos inter-ilhas.

Contudo, fica ainda em aberto a possibilidade de a empresa voar dos Açores para fora.

Casos diferentes sucedem com a TAP e a Ryanair, ambas a operar em São Miguel e na ilha Terceira.

A partir de segunda-feira e até 19 de abril, a empresa portuguesa vai reduzir a sua operação, mas continuará a ter rotações para os Açores.

Já a companhia aérea de baixo custo Ryanair anunciou que a partir da próxima quarta-feira (25 de março) irá suspender todas as viagens na sequência das restrições impostas pelos governos para combater a pandemia de coronavírus, deixando então de fazer as rotas que ligam Lisboa e Porto aos Açores.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis.

 


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