Autor: Lusa/AO Online
“As conversações foram muito positivas, houve abertura de ambas as partes. Percebemos que não se consegue fazer tudo num dia, mas tem de haver um dia em que se começa. Temos de fazer a diferença”, afirmou à agência Lusa o líder do Chega nos Açores, José Pacheco.
Questionado se o partido vai aprovar o Plano e Orçamento para 2025, que começam a ser discutidos na segunda-feira na Assembleia Regional, na Horta, José Pacheco impôs uma condição.
“As nossas propostas de alteração têm de passar e são muitas”, disse.
A 9 de agosto, o presidente regional do Chega admitiu votar contra o Orçamento da região para 2025, caso o Governo dos Açores recuasse na prioridade no acesso às creches para filhos de pais que trabalham.
José Pacheco afirmou que aquele assunto “não está em cima da mesa” porque “já está resolvido”, reconhecendo o “esforço” do executivo açoriano “para que todas as crianças tenham acesso à creche”, mas defendendo que o “Estado não pode substituir a família”.
“Não está em causa por que isso já está feito [desde] há uns meses, após as minhas declarações que tinham de ser fraturantes. Eu não ia deixar passar o Orçamento se essa medida não fosse para a frente, isso era enganarem-nos antes de começar a corrida, nem pensar nisso. Mas, isso já está acertado. A prioridade será sempre para pais que trabalham”, reforçou.
O líder do Chega/Açores salientou ainda que algumas exigências do partido já foram incluídas na proposta de Orçamento, como a requalificação de estradas e escolas ou o aumento do complemento regional de pensão.
“Temos um compromisso daqui para a frente. Vamos fazer mensalmente reuniões de acompanhamento do Orçamento e às propostas que estamos a indicar. O tempo de chegar a um ano depois, não estar nada feito e nós termos de dar um murro na mesa, esse tempo acabou”, salientou.
Ainda segundo José Pacheco, o partido vai levar ao debate na especialidade propostas sobre agricultura, pesca, educação e saúde e pretende ver discutida a situação no Hospital Divino Espírito Santo (HDES), que sofreu um incêndio a 04 de maio.
“Não percebemos por que razão não há um plano de obras, não há um plano de recuperação do hospital. Fez-se um investimento num hospital modular que devia ser algo provisório num espaço curto de tempo e aquilo que estamos a perceber é que é para ficar”, referiu.
José Pacheco criticou igualmente a falta de respostas sobre a Azores Airlines, que continua a “somar uma dívida astronómica”, e admitiu apresentar uma queixa à Comissão Europeia para ter acesso a informação sobre a companhia aérea regional.
“O Chega já exigiu por diversas vezes saber quais as rotas deficitárias e isso tem-nos sido negado pela administração da SATA, refugiam-se que é segredo comercial. Assim, se não temos esses dados, vamos ter de fazer uma queixa na Comissão Europeia porque temos de perceber, enquanto donos da SATA, de onde vêm esses prejuízos”, insistiu.
A aprovação do Orçamento dos Açores está dependente, além dos votos favoráveis dos partidos do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), da posição do Chega ou do PS.