Autor: Lusa/AO Online
A reunião informal, que se realiza em Sopot, na Polónia, servirá para dar continuidade à conferência internacional sobre o futuro da Líbia, que se realizou na quinta-feira em Paris.
Mais de sessenta delegações presentes na conferência em Paris concordaram por unanimidade libertar os bens congelados a Muammar Kadhafi e seus próximos para as novas autoridades líbias.
Na reunião em que Portugal esteve representado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, foi também decidido que a NATO continuará as suas operações até que Muammar Kadhafi, que se encontra em parte incerta, deixe de constituir uma ameaça.
A União Europeia manifestou a sua disponibilidade para ajudar a Líbia, no âmbito da sua nova política para o sul do Mediterrâneo, definida em resposta à “Primavera Árabe”.
Na quinta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, Bruxelas definiu quatro prioridades para o novo Governo rebelde líbio: ajuda humanitária, apoio à segurança, desenvolvimento da economia e reforço da democracia.
A nível económico, os “27” decidiram na quinta-feira o levantamento das sanções que haviam sido impostas a 28 entidades líbias com o objetivo de facilitar o envio de recursos para as novas autoridades, embora ainda se mantenham pessoas e empresas líbias na “lista negra” da UE.
Segundo Ashton, além deste tipo de medidas, a UE deve trabalhar para que a economia líbia possa recuperar a sua atividade normal, nomeadamente promovendo o regresso de trabalhadores que fugiram do conflito.
Além da Líbia, os chefes da diplomacia, incluindo Paulo Portas, vão ainda analisar a situação na Síria, nomeadamente o aumento da pressão sobre o regime de Bashar al-Assad para facilitar a transição, devendo ser anunciadas uma nova ampliação da lista de pessoas e entidades alvo de sanções da UE, segundo fontes comunitárias.
Também deverá ser anunciado o embargo às importações de petróleo deste país, que tem como destino quase na totalidade a Europa.
Os chefes da diplomacia da UE vão também abordar a esperada declaração de independência da Palestina nas Nações Unidas.
Ashton referiu na quinta-feira que o consenso dos “27” nesta matéria é “muito importante”. Bruxelas quer evitar que se repita o que aconteceu em relação ao Kosovo, quando a Europa ficou dividida em relação ao reconhecimento oficial.
A agenda do encontro prevê ainda a discussão sobre as relações com três dos considerados “parceiros estratégicos” da UE: Brasil, Índia e África do Sul.