Açoriano Oriental
Sociedade
Centro para delinquentes causa apreensão nas Capelas

Existem cidadãos residentes nas Capelas que se opõem à transformação da Casa do Gaiato, situada nesta localidade de São Miguel, num centro educativo para jovens delinquentes - segundo os inquiridos pelo AO e AO online.

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Autor: João Alberto Medeiros

Os governos da República e dos Açores optaram pela transformação da instituição numa casa de acolhimento para jovens condenados por crime. Neste momento, existem na Casa do Gaiato de Capelas, a casa-mãe, 15 jovens com idades compreendidas entre os 7 e os 16 anos. Desde 2005 que ambos os governos prometem um centro de internamento para jovens delinquentes. Pretende-se evitar que os declarados culpados com residência nos Açores tenham que ir para centros de correcção no continente. A Casa do Gaiato vai funcionar, assim, como centro educativo para jovens delinquentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, podendo o internamento prolongar-se até aos 21 anos. Uma jovem, Márcia, considera que vai ser prejudicial esta opção em diversas vertentes: por um lado irá assistir-se ao desenraizamento dos miúdos da Casa do Gaiato, que estavam plenamente integrados; por outro, levantam-se questões de segurança, mas vai esperar para ver como as coisas se vão processar, apesar de pensar que "vai ser um bocadinho mau". Já José Pereira afirma que a situação "estava boa como está", mas não vê "qualquer consequência em termos de segurança" para Capelas a transformação da Casa do Gaiato em centro de reabilitação. Outro morador de Capelas, José Maria, não é contra o projecto, desde que os jovens sejam devidamente acompanhados. Reconhece, no entanto, que podem ser levantadas questões de segurança. Para outra jovem, "infelizmente, são crianças que foram retiradas dos pais, que vêm enfrentando situações muito tristes na vida. Já estavam integrados na comunidade e vão voltar a retirá-los". Considera que "é um bocado cruel para as crianças", salvaguardando que "já temos problemas com repatriados e com droga e agora surgem estes jovens delinquentes". João Correia é contra a saída da Casa do Gaiato e levanta também questões de segurança para a vila. Já João Costa, empresário, considera que "não é das melhores opções, havendo locais mais isolados onde se poderia concentrar estes jovens". "São miúdos que passaram por vidas difíceis, o que vai reflectir-se em relação os outros, muitas vezes através de roubos e violência gratuita", acentua. Aida Silva considera que "vai ser um problema se não forem devidamente apoiados".

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