Açoriano Oriental
Casa do Povo do Pico da Pedra sonha com ampliação da creche

Instituição do concelho da Ribeira Grande celebra o seu 45.º aniversário, com uma cerimónia que contará com a presença de José Manuel Bolieiro e João Bosco Mota Amaral, atual e ex-presidente do Governo Regional dos Açores

Casa do Povo do Pico da Pedra sonha com ampliação da creche

Autor: Nuno Martins Neves

“São 45 anos de consciência tranquila: durante todos estes anos procuramos servir a população, com a capacidade de separarmos o necessário do acessório, indo ao encontro e concretizando as aspirações dos pico-pedrenses”. É desta forma que José Maria Jorge, presidente da direção da Casa do Povo do Pico da Pedra (CPPP) ilustra o 45.º aniversário da instituição, data que é hoje celebrada com uma especial menção a João Bosco Mota Amaral, antigo presidente do Governo Regional dos Açores e presidente da Assembleia da República.

Foi em 1987 que o CPPP abriu portas, uma altura em que, recorda o seu presidente, “a única coisa que tínhamos era uma sala de convívio, um início de biblioteca, com três armários com livros, e uma cedência de um rés do chão para o funcionamento do serviço de freguesia da Segurança Social, e da Unidade de Saúde do Pico da Pedra”.

Ao longo dos anos, a instituição foi indo ao encontro das necessidades da população que serve: um polidesportivo, “construído pelos jovens da freguesia, com o apoio do Governo Regional, que deixava a maquinaria aqui ao fim de semana”, uma zona de lazer, um parque infantil e um campo de futebol - que posteriormente foi cedido à Câmara Municipal da Ribeira Grande.

No edifício-sede, o “plano de intenções que não seria concretizado no imediato, mas sim ao longo dos anos” foi, paulatinamente, ganhando forma.

Todo o planeamento já se encontra finalizado: dois ATLs que servem 120 crianças; uma creche completa, “desde a sala dos bebés até aos 2 anos”, com 35 bebés; um Centro de Dia e de Convívio habitualmente utilizado por meia centena de idosos; uma biblioteca que ganhou “estofo”, albergando mais de 7 mil livros, e nome, em honra do professor escritor Onésimo Teotónio Almeida, natural da freguesia.

A instituição pico-pedrense “alivia” a fome a 20 idosos da freguesia e das freguesias vizinhas, com refeições ao domicílio. Atualmente, emprega 31 pessoas, dos quais quatro técnicos superiores.

“Foram 45 anos de muita luta”, reconhece José Maria Jorge. Mas por muito que tenha sido feito, há sempre mais que se possa fazer, ainda mais quando vontade não escasseia.

“Para o futuro, a nossa grande ambição prende-se com dois edifícios que temos a sul das nossas instalações: um, cedido com verbas da secretaria regional e da câmara; e o outro, doado pelos herdeiros de Fernando Dias Carreiro. Pretendemos fazer ali um Centro Cultural e Recreativo com duas funções: no rés-do-chão, seriam criados ateliers para os idosos da freguesia praticarem artesanato, carpintaria, pintura, etc.; e no primeiro andar, receberia a biblioteca Onésimo Teotónio de Almeida e salas para crianças a partir dos 10 anos que, estando fora da freguesia nas escolas preparatórias e secundárias da Ribeira Grande e Ponta Delgada, quando regressam, não têm onde estar até aos pais virem do trabalho”.

O projeto já se encontra na Câmara Municipal daRibeira Grande, aguardando agora a CPPP pela abertura do próximo quadro comunitário de apoio para reunir a verba necessário.

Mas há mais no horizonte da instituição pico-pedrense: a norte do edifício principal, há um terreno que a direção de José Maria Jorge está a tentar adquirir para ampliar a sala de convívio dos idosos, pois a atual já é pequena para as necessidades dos utentes.

“A creche também necessita de ser ampliada, pois a nossa sala de bebés, neste momento, tem capacidade para oito bebés. Ficaram de fora 22 crianças inscritas, o que obrigou os pais, residentes na freguesia, a terem de encontrar outra solução”.

Uma situação que, diz José Maria Jorge, acontece por a freguesia estar a ser muito cobiçada: há 14 anos, data da última ampliação do espaço, o Pico da Pedra tinha cerca de mil habitantes; hoje, o número é o triplo, graças à boa localização, entre as três cidades da ilha, sendo muito procurada, principalmente por casais jovens.

“Uma das nossas grandes preocupações é que a freguesia não se torne dormitório e para isso são precisas condições e qualidade de vida. E isso é dado pelas instituições do Pico da Pedra, seja a Casa do Povo, a Filarmónica, os Escuteiros ou o Vitória Clube Pico da Pedra”.

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