Autor: Lusa/Ao online
Esta monitorização dos consumos de água será feia no âmbito de um projeto-piloto que começará a ser implementado na área mais a norte do concelho, nomeadamente nos sítios de Cerro da Ursa, Monte Capitães, Lages e Cabanas, Fronteira e Alfarrobeira, com aproximadamente 20 edificações onde serão instalados contadores, precisou o município num comunicado.
Estas aldeias ainda não estão integradas no sistema multimunicipal de abastecimento de água do Algarve e são abastecidas pela autarquia, através de furos que abastecem depósitos, explicou o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro, frisando que a água que sai das torneias nestas zonas não está tratada e não serve para o consumo humano.
“O abastecimento que é feito nesta zona serra é assegurado pela autarquia, a captação de água é feita de forma subterrânea, que depois é distribuída através de depósitos que temos colocados nos diferentes sítios da nossa serra. Esta água é distribuída pela população de forma gratuita porque não tem um tratamento que seja considerada adequada para o consumo humana”, afirmou o autarca em declarações à agência Lusa.
Vítor Guerreiro explicou que a “autarquia também tem outros depósitos colocados nestes sítios e que são abastecidos com água do abastecimento público” e que a câmara vai “abastecer, uma ou duas vezes por semana, para alimentação e consumo humano”.
“Cada vez temos menos água, é um bem que temos de preservar porque não é infinito, ainda mais com as secas prolongadas e as alterações climatéricas que são uma realidade e cada vez mais se sentem os seus efeitos”, argumentou o presidente da câmara algarvia.
O autarca criticou a “utilização menos adequada” feita no verão em “grandes áreas que são regadas com água proveniente das captações subterrâneas” e que “impede depois que a câmara consiga repor água nos depósitos diariamente, como seria de esperar”.
Vítor Guerreiro garantiu que a câmara vai assegurar o “abastecimento de água para o dia a dia, para os animais e para uma pequena horta”, mas considerou que, “quando há grande área de regadio, fazer a rega nesta altura do ano já é considerado um abuso” e é isso que a autarquia pretende evitar com esta medida.
“O objetivo é tentarmos quantificar a quantidade de água que é consumida e assim podemos, de uma forma mais eficiente e equitativa, fazer a distribuição”, disse, sublinhando que a ideia é depois “alargar a toda a zona das aldeias serranas onde há este tipo de abastecimento”.
“Mas isto assegurando sempre o abastecimento dos depósitos para consumo na alimentação e consumo humano”, assegurou, lembrando que a água na serra é um bem cada vez mais escasso devido à seca e às alterações climáticas que se fazem sentir.