Autor: Lusa/AO Online
O gigante sul-americano não só já deixou para trás a crise, como saiu mais forte das turbulências mundiais e com possibilidades de converter-se numa das cinco economias mais potentes antes da metade deste século.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve registar no terceiro trimestre deste ano um crescimento entre oito e 10 por cento face a igual período de 2008 e a economia do país já cresce a um ritmo anual de cinco por cento, segundo dados do Governo.
Os indicadores são muito positivos: queda da dívida pública, criação de um milhão de novos empregos formais este ano, recordes de vendas na indústria automobilística, controlo da inflação, aumento das reservas internacionais e ainda um mar de petróleo a ser explorado na camada pré-sal.
Actualmente, cerca de 900 companhias brasileiras respondem, de acordo com o Banco Central, por investimentos directos no estrangeiro superiores a cem mil milhões de dólares.
Este volume não ultrapassava os dois mil milhões de dólares na década de 80.
Com cerca de 220 mil milhões de dólares de reservas internacionais, o país passou de devedor para credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e prepara-se para sedear dois grandes eventos internacionais - o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Apesar de o país ainda possuir um quarto da sua população de 193 milhões de habitantes a viver abaixo do limiar de pobreza, 18,5 milhões de brasileiros subiram de classe social, com o aumento do poder de compra, entre 2005 e 2008.
Recentemente, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores, alertou para as responsabilidades de saber governar a abundância.
No último dia 16, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse também que o problema do Brasil neste momento é "administrar o seu sucesso".
Meirelles ressaltou que tem ouvido "palavras até exageradas" sobre o Brasil, como a de que se trata da "estrela do mundo" ou "o lugar mais atraente hoje para investimentos".
Numa de suas edições deste mês, a renomada revista britânica "The Economist" dedicou sua capa ao país, com o título "Brazil takes off" (O Brasil descola), numa série de 14 páginas em que analisa o sucesso brasileiro e seus possíveis riscos.
As reportagens sublinharam que "o Brasil está ao ataque" e que nunca viveu esta associação de crescimento, inflação controlada e democracia, que hoje se verifica.
A expectativa dos analistas é de que o Brasil, nesta boa fase, lidere um processo de integração económica da América Latina cada vez maior, a exemplo do que ocorreu com a China na região asiática.
Dos chefes de estado presentes na XIX Cimeira Ibero-americana, Lula da Silva vai merecer protagonismo no evento que se inicia domingo e se prolonga até terça-feira, em Lisboa e no Estoril, em Portugal, sob o tema Inovação e Conhecimento.