Açoriano Oriental
Berta Cabral convencida da vitória nas regionais de 2012
A líder do PSD/Açores, Berta Cabral, afirmou estar "absolutamente convencida" da sua vitória nas regionais de 2012 para empreender uma alternância de poder, alegando que está pronta para defrontar "qualquer candidato socialista". (com vídeo)

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Autor: Lusa/AO Online
    "Estou absolutamente convencida que vou conseguir ganhar em 2012. Os açorianos demonstram isso todos os dias na rua. Todos me dizem ainda bem que já avançou, porque isso precisa de mudar", afirmou à agência Lusa Berta Cabral, eleita a semana passada líder do PSD/Açores com 98,5 por cento dos votos.

    Na primeira grande entrevista após as eleições directas, Berta Cabral alertou para a necessidade de em democracia haver alternância de poder, assegurando que os socialistas, que governam as ilhas há 12 anos, estão já num ciclo descendente enquanto o PSD está num ciclo ascendente.

    Frisando que está pronta para os desafios que o novo cargo lhe exige, Berta Cabral assegurou que irá respeitar qualquer candidato que o PS/Açores apresente às eleições regionais, mesmo que fosse novamente o actual chefe do Governo Regional, Carlos César.

    "Não tenho medo do político Carlos César. Já o defrontei na Assembleia Regional, em debates parlamentares e televisivos. Não tenho dificuldade, nem falta de argumentos para defrontar seja quem for o candidato socialista", afirmou líder regional dos social democratas, que perderam em 1996 as eleições no arquipélago para o partido socialista.

    Segundo disse, a grande responsabilidade do partido nos próximos quatro anos é a de ser capaz de construir uma alternativa credível, que dê às pessoas a esperança de uma vida melhor e um novo patamar de desenvolvimento para a região.

    "Todos os dias me dizem que já se torna insuportável as mesmas caras, as mesma políticas, as mesmas pressões indirectas", afirmou a primeira mulher a liderar um partido no arquipélago, que não acredita em "lideranças autocráticas" mas sim em "lideranças coordenadoras", que "dêem exemplo de tolerância e trabalho".

    Apontada há vários anos como a líder desejada, na sequência de sucessivas lideranças no PSD/Açores desde a saída de Mota Amaral em 1995, Berta Cabral rejeitou que alguma vez tenha actuado de forma premeditada para alcançar este cargo, acrescentando que mantém com todos os ex-lideres uma grande amizade e lealdade.

    "Não sei se alguém tem um percurso feito de forma premeditada, pelo menos o meu não é assim. As coisas vão acontecendo naturalmente. Ás vezes aceitamos outras declinamos. Houve outros desafios que rejeitei e talvez não saibam mas foi convidada para ser presidente do Parlamento Regional em 1998. Há desafios que têm a ver com a nossa personalidade e outros não", referiu a economista.

    A nova líder do PSD/Açores explicou que não avançou mais cedo porque estava comprometida com a autarquia de Ponta Delgada desde 2001 e como tal seria incompatível defrontar as anteriores eleições regionais como candidata.

    O novo calendário eleitoral permite-lhe agora concorrer ao terceiro e último mandato para a Câmara de Ponta Delgada em 2009 e assumir-se daqui a quatro anos como a candidata do PSD às regionais.

    Revelando que o segredo da sua vitalidade e combatividade assenta no trabalho, Berta Cabral tem já no próximo ano os primeiros grandes desafios com as eleições autárquicas, legislativas e europeias.

    "A regra será recandidatar todos os actuais presidentes de câmara que puderem e o quiserem fazer. Em relação às autarquias que não são do PSD nos Açores escolheremos a seu tempo os melhores candidatos", avançou a líder regional, acrescentando que para a Assembleia da República e Parlamento Europeu o partido vai manter as mesma pessoas.

    A 16, 17 e 18 de Janeiro o partido reúne-se num congresso regional com 300 delegados, onde Berta Cabral irá definir o rumo futuro expondo a sua moção "Mãos à obra pelos Açores", com a esperança de que ocorra uma renovação dos órgãos partidários, mas sem excluir ninguém.

    Para a nova líder, o PSD/Açores tem de se abrir à sociedade, lembrando que "não se ganha eleições só com o partido. É preciso ter propostas e ir ao encontro das pessoas".

    Com o apoio que disse ter recebido da líder nacional, Berta Cabral pretende levar o PSD para a rua, ir ao encontro das pessoas, apresentando-lhes propostas concretas e directas.

    "Cada um tem a sua forma de fazer política. O PSD segue os seus valores, tem a sua ética, tem os seus fundadores. Tudo isso corresponde a um património histórico que o PSD não aliena de todo. Mas eu faço política de forma muito directa, olhos nos olhos e com as pessoas", rematou.

    Natural de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Berta Cabral desempenhou na década de 80 os cargos de directora regional do Tesouro e dos Transportes e Comunicações, antes de ser nomeada, em 1995, secretária regional das Finanças e Administração Pública, no VI Governo açoriano, chefiado pelo social democrata Mota Amaral.

    A economista, de 56 anos, que foi também administradora da Eléctrica açoriana (EDA), presidente do Conselho de Administração da SATA Air Açores e deputada no Parlamento açoriano, está desde 2001 à frente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.

   
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