Açoriano Oriental
BE/Açores questiona se administração de hospital foi demitida por razões políticas

O BE/Açores questionou esta sexta feira o Governo Regional sobre se a exoneração do conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, foi motivada por questões de “lealdade e confiança política”.

BE/Açores questiona se administração de hospital foi demitida por razões políticas

Autor: AO Online/ Lusa

Em comunicado enviado hoje, o partido diz que “quer esclarecimentos do Governo Regional sobre as razões que levaram à demissão do conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada, nomeadamente se esta surgiu no seguimento da avaliação da ‘lealdade e confiança política’ anunciada publicamente pelo secretário regional da Saúde”.

Na passada sexta-feira, o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, confirmou aos jornalistas que o conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) tinha sido exonerado, adiantando que se tratava de “uma decisão do Governo Regional dos Açores”.

Citando uma entrevista concedida pelo governante à Rádio Açores TSF e ao jornal Açoriano Oriental, o Bloco de Esquerda lembra que Clélio Meneses apontou “queixas e reclamações com tempos de espera” como a razão para a demissão.

“No entanto, se esta fosse a principal justificação, os conselhos de administração dos restantes hospitais da região teriam sido também demitidos, uma vez que os tempos de espera também não são cumpridos nesses hospitais”, referem os bloquistas.

Na mesma entrevista, o responsável pela tutela referiu que “num período exigente como é uma pandemia, num período em que vai abrir um hospital privado e perante um conjunto de situações que chegam ao conhecimento da tutela de instabilidade no serviço, é importante que haja uma consonância e coesão com a tutela e com os princípios que estão determinados”.

O partido quer saber “em que princípios não se verificou a ‘consonância e coesão’ do anterior conselho de administração do HDES com o Governo, a que situações de “instabilidade no serviço” se referia o secretário regional, em que medida a abertura de um novo hospital privado interfere na gestão do hospital público, e que relação pretende o governo estabelecer entre as duas instituições de saúde.

São ainda levantadas questões sobre "se foram avaliados os possíveis efeitos negativos da mudança de conselho de administração do hospital da ilha mais afetada pela covid-19 e no momento mais crítico desde o início da pandemia, se os membros do novo conselho de administração cumprem os requisitos de 'lealdade e confiança política' definidos pelo Governo, e com base em que critérios foi feita esta avaliação".

Os bloquistas querem, também, que o índice de transmissibilidade (Rt) da covid-19 na região “passe a estar disponível no sítio da internet do Governo Regional que reúne toda a informação oficial sobre o controlo da pandemia, com atualização periódica”.

A administração do HDES era presidida pela economista Margarida Martins, que tinha assumido a presidência do HDES em agosto de 2019, depois de ter sido diretora-geral da Clínica de São Sebastião, desde dezembro de 2013.

Deste órgão do hospital faziam também parte, como vogais, Catarina Pimentel e Paulo Machado, a enfermeira diretora Aida Dutra e a diretora clínica Emília Santos.

A nomeação ainda não foi publicada em Jornal Oficial, mas a imprensa local avança que a médica Cristina Fraga será a nova presidente do conselho de administração do hospital de Ponta Delgada, uma informação que já foi confirmada pelo secretário regional.

Os restantes membros da direção ainda não são conhecidos.


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