“O Bloco de Esquerda vai propor a realização de um estudo urgente pela Universidade dos Açores para avaliar o impacto do encerramento de escolas no processo de aprendizagem e para identificar estratégias de recuperação que permitam, a curto prazo, atenuar as desigualdades geradas pelo ensino à distância”, adiantou o partido, em comunicado de imprensa.

A proposta foi anunciada pelo líder da bancada parlamentar do BE, António Lima, durante uma audição da secretária regional da Educação na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa.

Todas as escolas da ilha de São Miguel estão a funcionar, desde o dia 08 de janeiro, com ensino à distância.

António Lima considerou “inaceitável” que existam alunos no regime de ensino à distância que não têm os equipamentos necessários, nomeadamente computador e acesso à internet.

“Não há ensino há distância sem equipamentos”, salientou, considerando que “não é aceitável que este Governo tenha decidido encerrar escolas sem garantir a disponibilização de computadores para todos os alunos que necessitam”.

O deputado do BE lembrou que, na legislatura anterior, o CDS-PP apresentou uma proposta que recomendava ao Governo Regional que garantisse que todos os alunos e professores tivessem acesso gratuito a computadores e internet durante o ensino à distância, alegando que agora que este partido integra o Governo “estas condições não estão asseguradas”.

António Lima considerou, por outro lado, que o executivo açoriano, de coligação PSD/CDS/PPM, não conseguiu fundamentar “com argumentos técnicos e objetivos” a decisão de encerrar todas as escolas da ilha de São Miguel, mantendo a restante atividade económica em funcionamento.

“Espero que não estejam a colocar a economia à frente da educação”, apontou, alertando para a situação “extremamente preocupante” da vila de Rabo de Peixe, em que as escolas estão “fechadas há meses”.

O líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda criticou ainda o “exagero” da burocracia exigida para aceder aos apoios previstos para acompanhamento de crianças cujas escolas encerraram e defendeu que os apoios às empresas têm de “exigir como contrapartida a manutenção de todos os postos de trabalho”.