Açoriano Oriental
Bartender açoriano Dionísio Barreira chefia bar de hotel suíço

Do Atlântico aos Alpes, o bartender natural de São Miguel une técnicas internacionais à herança açoriana, demonstrando que mesmo de uma ilha se pode alcançar o sucesso sem fronteiras. Açoriano trilhou um percurso notável na mixologia

Bartender açoriano Dionísio Barreira chefia bar de hotel suíço

Autor: Sara Lima Sousa

Dionísio Barreira, de 29 anos, é o atual chefe de bar de um hotel em Davos, na Suíça. Movido pelo desejo de expandir os seus horizontes e representar a cultura açoriana internacionalmente, mudou-se para os Alpes Suíços em 2019 e superou os desafios culturais e climáticos impostos pela mudança de país. O açoriano tem percorrido um caminho considerável na mixologia, a arte associada à habilidade de misturar bebidas para criar cocktails e juntar inovação com tradição.

A sua trajetória começou nos bares locais de São Miguel, onde desenvolveu bases sólidas em mixologia. “Sonhava em tornar-me um bartender de renome, capaz de criar experiências memoráveis para as pessoas através de cocktails únicos”, conta. Aspirações como aprender com os melhores profissionais da área e levar os sabores e a criatividade dos Açores para além das ilhas foram as suas grandes motivações.

O chefe de bar destaca que uma das suas grandes vontades é também mostrar aos açorianos que, “mesmo vindo de uma região pequena, é possível alcançar reconhecimento internacional” e excelência no mundo da mixologia.

Um desafio marcante na sua trajetória foi o período de três anos em que trabalhou num bar/restaurante diferente do que trabalha atualmente, nos Alpes Suíços, uma vez que tinha de servir mais de 250 pessoas, todos os dias. “Durante esse período nas montanhas, também tive de aprender alemão para me comunicar eficazmente com os clientes e com os meus colegas”, partilha. De acordo com o açoriano, o ambiente de trabalho que experiencia é “altamente organizado, com uma ética de trabalho focada na produtividade e um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”. Quando fala sobre as diferenças com o país de origem, confessa que a adaptação foi desafiadora, mas enriquecedora.

Dionísio Barreira não descarta a ideia de voltar para São Miguel um dia e trazer tudo o que aprendeu nos Alpes para a ilha. No entanto, não sabe quando pode vir a acontecer este regresso. Por enquanto, pretende continuar a focar-se em aproveitar as oportunidades que a Suíça lhe proporciona em termos profissionais.

“Se surgir a oportunidade de contribuir com a minha experiência e trazer inovação para o setor nos Açores, não descarto a ideia de regressar e trabalhar na minha terra natal”, admite, evidenciando o carinho que tem pela sua primeira casa.

Para os jovens que consideram uma carreira fora do país, Dionísio Barreira aconselha a realizarem uma pesquisa aprofundada sobre o país de destino, aprender a língua local, manter flexibilidade e adaptabilidade, construir e preservar redes de contactos profissionais e pessoais, aproveitar a experiência cultural e manter a comunicação com a família.
“Desde que saí de São Miguel, o meu percurso profissional tem sido uma jornada de aprendizagem e crescimento contínuo. Chegar a Davos foi o culminar de anos de dedicação e esforço”, relata.

O bartender já particiou em eventos de alto nível como o Fórum Económico Mundial, que tem lugar na Suíça. “A minha experiência realça a importância de perseverar diante dos desafios e de aprender com cada passo do percurso”, conclui.


Conexão com a cultura açoriana e a vontade de a partilhar com o mundo

Enquanto crescia nos Açores, Dionísio Barreira sempre sentiu uma “profunda ligação com a nossa cultura e tradições”, o que o inspirou a querer partilhar o melhor da hospitalidade açoriana com o mundo.

A decisão de sair de São Miguel e tentar uma carreira fora do país foi motivada pelo desejo de ampliar os seus conhecimentos e habilidades como bartender. Queria “aprender com os melhores do mundo, descobrir novas técnicas e trazer de volta essa experiência para enriquecer a mixologia nos Açores”.

A vontade de representar a sua cultura num grande palco e mostrar que o talento açoriano pode brilhar no mundo também desempenhou um papel crucial.

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