Autor: Lusa/AO online
A magia da maior cidade turca seduz desde há séculos os viajantes, encantados pelos seus palácios imponentes, pelas igrejas e mosteiros, pela vista deslumbrante sobre o Bósforo e o Corno de Ouro.
Para os profissionais do turismo, os atentados suicidas de terça-feira passada parecem assinalar a última estocada na indústria, já de si muito afetada pela série de ataques ocorridos na Turquia desde o início do ano.
“É um desastre”, lamenta Orhan Sonmez, que vive de visitas guiadas a Santa Sofia, um edifício monumental no centro de Istambul, antes uma igreja, depois um mosteiro e hoje um museu.
“Toda a minha vida trabalhei como guia turístico. A maior parte de nós pergunta-se se consegue continuar. É trágico”, acrescenta.
As mesas dos restaurantes estão vazias no bairro turístico de Sultanahmet e os hotéis de cinco estrelas oferecem quartos a preços de saldo.
Nas melhores alturas, Santa Sofia não podia ser vista sem pelo menos uma hora de espera na fila. Hoje, basta comprar o bilhete e deixar-se envolver pelo esplendor do local, com não mais de um punhado de turistas.
Para além disso, muitos residentes de Istambul deixaram a cidade, aproveitando o Bayram, um feriado nacional de nove dias, que começou no sábado, contribuindo para o esvaziamento da metrópole.
Dezanove estrangeiros fazem parte das 45 pessoas mortas na triplo atentado no Aeroporto de Atatürk de Istambul, atribuído ao grupo Estado Islâmico. De acordo com os especialistas, o ataque foi concebido deliberadamente para enfraquecer a Turquia, sabotando a sua indústria turística.
A organização jihadista é também acusada de ter levado a cabo um atentado-suicida em janeiro em Sultanahmet (12 alemães mortos) e um outro em março numa rua de comércio em Istiklal (3 israelitas e um iraniano mortos). No passado dia 11 de junho, um carro armadilhado fez 11 mortos, entre os quais seis polícias, em Beyazit, um bairro histórico de Istambul.
A Turquia registou em maio a mais baixa entrada de turistas em 22 anos, com uma queda de 35 por cento do número de visitantes, correspondente a 2,5 milhões de entradas.
-
premiumMercado de carbono é oportunidade para a agricultura açoriana
-
Cultura e Social
Teatro Ribeiragrandense acolhe a peça “A Rubra Flor da Fajã”