Açoriano Oriental
Armas de fogo, terceira causa de morte no Brasil
O prazo da campanha da Polícia Federal brasileira para o registo de armas de fogo em poder da população termina hoje, naquela que é a terceira causa de morte no Brasil, nomeadamente entre os jovens.
Armas de fogo, terceira causa de morte no Brasil

Autor: Lua/AO Online
A campanha para registo de armas ilegais iniciou-se em Agosto de 2008, com a isenção do pagamento de taxas e realização de exames psicológicos para incentivar voluntariamente a regularização.

    A partir de Janeiro de 2009, as taxas e os exames passam a ser obrigatórios, e quem não entregar, registar ou renovar o registo poderá ser preso em flagrante por porte ilegal, informaram fontes policiais.

    O registo permitirá à Polícia Federal saber onde e quantas armas de fogo existem no Brasil, além de determinar a origem das armas utilizadas por criminosos.

    Neste ano, a Polícia Federal renovou o cadastro de 107.892 armas, registou 21.292, legalizou outras 56.415 e recolheu voluntariamente mais de 16.000 armas mantidas ilegalmente pela população.

    A regularização do porte ilegal faz parte de uma campanha de desarmamento, aprovada pelo Congresso brasileiro, em 2003, com o objectivo de restringir a aquisição de armas de fogo.

    O Governo ofereceu dinheiro para a entrega voluntária de armas, o que permitiu recolher cerca de 500.000 armas de fogo em todo o Brasil, entre Julho de 2004 a Outubro de 2005.

    A campanha incluiu igualmente a realização de um referendo, em Outubro de 2005, para proibir o comércio de armas de fogo e munições, mas a manutenção da comercialização obteve a maioria dos votos.

    Dados oficiais indicam que as armas de fogo matam anualmente 30.000 brasileiros, nomeadamente pobres e negros entre os 15 e os 24 anos.

    As mortes por armas de fogo no Brasil na última década superaram as da Guerra do Golfo ou do conflito israelo-palestiniano, segundo estudo da ONU.

    As armas de fogo ocupam o terceiro lugar entre as principais causas de morte, atrás apenas dos acidentes de trânsito e doenças cardíacas, mas entre os jovens são a primeira causa de mortalidade.

   
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