Autor: Lusa / AO online
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, admitiu hoje numa audição parlamentar conjunta com o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que "o próximo ciclo de fundos estruturais" europeus pode vir a ser usado para apoiar a ilha Terceira, onde se prevê um impacto de 6% do PIB (Produto Interno Bruto) com a redução da presença norte-americana na base.
Depois de ter reafirmado, numa audiência com o primeiro-ministro, que "é responsabilidade do Governo dos Estados Unidos criar condições para lidar com o impacto social e económico" da medida, Vasco Cordeiro considerou "muito positiva" a disponibilidade do Governo da República para alocar fundos comunitários na ilha Terceira.
"Mas esta é uma questão que não pode pôr em causa aqueles que também são os fundos necessários para o desenvolvimento da região. Este é um problema nacional, não é um problema regional", afirmou aos jornalistas no final da audiência em São Bento.
Sobre a possibilidade de o número de trabalhadores civis portugueses na Base das Lajes ser reduzido para metade, com uma redução de cerca de 400 funcionários, conforme indicou hoje Aguiar-Branco no parlamento, Vasco Cordeiro recusou que essa seja uma responsabilidade do Governo Regional.
"Não é como é que o Governo dos Açores vai resolver esse problema na ilha Terceira. Não pode o Estado português beneficiar de um acordo e de uma relação bilateral com outro Estado, mas depois quando chega a fatura passa-a a outro", afirmou.
"Nós estamos com o Governo da República na defesa dos interesses do país, do mesmo modo que queremos acreditar que o Governo da República está connosco na defesa dos interesses da ilha Terceira, dos trabalhadores e das famílias que são afetadas com essa decisão", acrescentou.
No entanto, o líder socialista açoriano disse que não fica alheio do problema social que a redução militar pode provocar na ilha e enumerou medidas que estão previstas no acordo entre o Estado português e o norte-americano, que "podem ajudar a lidar com esta situação", como "incentivos à saída voluntaria e legislação especial".
Vasco Cordeiro disse ainda que o Governo Regional está a trabalhar em medidas para "atenuar o impacto económico" da redução da presença norte-americana nas Lajes, sem adiantar pormenores.
"Quando me refiro à responsabilidade dos Estados Unidos não estou a dizer que o Governo Regional não olha para este assunto. O Governo dos Açores, e o da República, além de tornar patente essa responsabilidade e a necessidade do seu cumprimento, tem obviamente um trabalho que está a ser feito e elaborado para apresentar alternativas que podem dar corpo a que essa responsabilidade possa produzir resultados na economia da Terceira e dos Açores", acrescentou.
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