Açoriano Oriental
Antigamente era delimitada por muralhas, hoje Lisboa é "cidade sem limites"
Na época medieval, Lisboa era delimitada por muralhas, atualmente "é muito difícil definir os limites", defendeu hoje o arquiteto urbanista Gonçalo Byrne, considerando que a capital portuguesa transformou-se numa "cidade sem limites", organizada de forma dispersa e fragmentada.
Antigamente era delimitada por muralhas, hoje Lisboa é "cidade sem limites"

Autor: Lusa/AO Online

 

No âmbito da primeira sessão da conferência "Sete Círculos: Os Limites da Cidade", que decorreu hoje em Lisboa, o arquiteto disse à Lusa que atualmente é difícil perceber “onde é cidade e onde é que começa o campo”.

“No século XIX, a cidade de Lisboa ainda tinha portas - apesar de já não ter as muralhas -, onde se pagava uma portagem para entrar”, recordou Gonçalo Byrne, considerando que assim era fácil perceber onde é que começava a cidade.

Além da dificuldade em delimitar espaço urbano e rural, a cidade contemporânea de Lisboa não distingue espaço público de espaço privado, uma vez que “uma boa parte do espaço público está nos centros comerciais e nos aeroportos, sítios que têm um uso público, mas que no fundo são privados”, advogou.

“Antigamente havia o espaço público e as portas dos prédios que são a cidade privada. O que separa uma coisa da outra chama-se a soleira, pelo que era muito claro o que era público e o que era privado”, lembrou o arquiteto urbanista.

No período medieval, a cidade de Lisboa tinha apenas um centro na zona da Baixa, enquanto “hoje em dia a cidade contemporânea é policêntrica”.

“Atualmente, há uma centralidade no Parque das Nações tão ou mais forte que a centralidade da Baixa”, declarou o arquiteto urbanista, explicando que a zona do parque das Nações dispõe de escritórios, habitação, comércio, acessibilidade com a Gare do Oriente e com proximidade ao aeroporto.

A conferência "Sete Círculos: Os Limites da Cidade" vai ter uma segunda sessão a 15 de setembro, na Culturgest, em Lisboa, que visa “questionar os limites da cidade contemporânea a partir de uma nova leitura sobre a paisagem e o território de Lisboa”.

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