Açoriano Oriental
Ambientalistas querem ‘provas’ de que a incineradora irá cumprir metas de reciclagem

O Movimento Cívico “Salvar a Ilha” lançou o desafio à Associação de Municípios de São Miguel (AMISM) e à empresa Musami a apresentarem “provas” de que o projeto do Ecoparque para São Miguel irá “garantir o cumprimento das metas de reciclagem, da hierarquia da gestão de resíduos e contribuir para a transição para a economia circular”.

Ambientalistas querem ‘provas’ de que a incineradora irá cumprir metas de reciclagem

Autor: Carolina Moreira

O desafio do movimento, representado pelas associações ARTAC, Amigos dos Açores, ZERO e Quercus - Núcleo de São Miguel, surgiu após uma reunião com o secretário regional do Ambiente e das Alterações Climáticas, Alonso Miguel, na qual os ambientalistas advogaram que “existem alternativas ao projeto da Musami”.

“O avanço da incineradora constitui um retrocesso em termos ambientais, porque é um claro entrave às políticas de redução e reciclagem e porque dá origem a resíduos perigosos e emissões poluentes, afetando a saúde e qualidade de vida da população e contribuindo para o agravamento das alterações climáticas”, salienta o movimento.

Em comunicado, os ambientalistas explicam que, “tendo em conta a atual produção de resíduos urbanos no arquipélago, a concretização do projeto Ecoparque de São Miguel, aliada à já existência de uma unidade de incineração na ilha Terceira, levaria à impossibilidade dos Açores cumprirem as metas de preparação para reutilização e reciclagem de 55% em 2025, 60% em 2030 e 65% em 2035, as quais o atual Governo dos Açores pretende cumprir, tal como é referido no seu Programa de Governo”.

Na ocasião, o secretário regional Alonso Miguel garantiu que o objetivo do executivo é “encontrar uma solução eficiente para a gestão de resíduos em São Miguel, em que todas as metas sejam cumpridas”.

Contudo, o movimento realça que o governante referiu que a Musami garantiu ao executivo que irá cumprir as metas de reciclagem, mas “não esclareceu de que forma nem apresentou dados que o comprovem”.

“A AMISM e a MUSAMI movimentam dinheiros públicos e, em democracia, é fundamental que haja o esclarecimento dos cidadãos e transparência nos processos”, afirma.
Por esse motivo, os ambientalistas consideram que o Governo Regional tem a “obrigação de condicionar a gestão de resíduos nos sistemas das várias ilhas, de forma a garantir o cumprimento integral das diretivas europeias”, destacam na nota.

Segundo o movimento, o secretário regional mostrou-se também “disponível para avaliar” um plano a apresentar pelo Movimento “Salvar a Ilha” que “garanta o cumprimento da hierarquia da gestão de resíduos e das metas de reciclagem, bem como o fomento da economia circular em todo o arquipélago”.

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