Autor: Lusa/AO Online
Numa sessão evocativa sobre o incêndio que assolou o HDES a 4 de maio de 2024, a presidente do conselho de administração do hospital disse querer “deixar não apenas uma mensagem de confiança, mas de esperança” no futuro do maior hospital dos Açores.
“O hospital não é só reparar ou reorganizar, é também redimensioná-lo para um projeto de hospital de futuro. Queremos que seja capaz de corresponder aos melhores tratamentos e mais diferenciados cuidados de saúde para mais de 25 anos”, afirmou Paula Macedo em declarações aos jornalistas.
A presidente da administração defendeu a importância de dar um “novo alento ao futuro” do HDES e assegurou que atualmente está a decorrer a “fase de avaliação do programa funcional” final.
“Pedimos a duas empresas que nos fizeram dois planos funcionais. Esses planos funcionais têm uma leitura muito densa e técnica, houve necessidade de pedir às próprias empresas para torná-los uma leitura mais acessível. Houve esse compasso de espera que atrasou, seguramente", admitiu.
Questionada sobre possíveis atrasos no prazo, Paula Macedo reiterou que a intenção é lançar o projeto da obra até ao final do primeiro semestre, mas remeteu mais esclarecimentos para a secretária regional da Saúde.
“O objetivo aqui é trazer algo de robusto e bem fundamentado com auscultação de toda a área clínica e não clínica e poder usar essa matéria para projetar o hospital futuro”, reforçou.
A responsável pelo HDES escusou-se, contudo, a justificar a opção pela construção de um hospital modular e a não reabertura do serviço de urgência, lembrando que vai ser ouvida a 14 de maio na comissão parlamentar de inquérito dedicada à resposta ao incêndio no HDES.
“Acho que não é o dia. O dia hoje é evocar com reconhecimento e agradecimento a todos os que nos ajudaram. É isso que queria deixar como mensagem com confiança e esperança, os nossos utentes podem contar sempre connosco”, sublinhou.
A propósito dos atrasos nas cirurgias e exames diagnósticos, Paula Macedo lembrou os impactos causados pela suspensão da atividade clínica e prometeu uma “resposta breve” para os utentes afetados.
A presidente da administração adiantou, também, que o HDES vai “reforçar a capacidade” do bloco operatório, voltando a ter seis salas, o mesmo número que tinha antes do incêndio.
Na sessão, Paula Macedo elogiou os profissionais e as instituições que ajudaram na resposta ao incêndio de 4 de maio de 2024, que obrigou à transferência de 333 doentes.
A iniciativa contou ainda com uma intervenção sobre resposta a catástrofes, pelo antigo secretário da Saúde da Madeira Pedro Ramos, na qualidade de especialista em Gestão de Catástrofe.
Na sexta-feira, a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, adiantou à Lusa que o Governo dos Açores vai criar uma comissão de análise e de acompanhamento para definir o programa funcional final para a recuperação do HDES.
A titular da pasta da Saúde disse que a intenção é, no primeiro semestre do ano, “pelo menos lançar a fase do projeto”.
No sábado, também em declarações à Lusa, o presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, prometeu transformar a unidade num “hospital novo”, mas rejeitou fazer uma intervenção “em cima do joelho”.