Autor: Paulo Faustino
Neste momento, já existem fenómenos a acontecer no Atlântico Norte, mas ainda distantes do arquipélago, não se podendo afirmar se passam ou não pelas ilhas açorianas. É o caso do Furacão Dorian, que que tem aumentado a sua força - a tempestade já alcançou a categoria 4, a segunda mais elevada, com ventos acima de 200 quilómetros por hora - à medida que se aproxima dos EUA, onde deverá chegar amanhã.
“Não é de todo previsível se (os furacões) vêm ou não afetar o arquipélago, a única coisa que temos é o centro de Miami a indicar que será uma época normal a acima do normal, mas isso não significa que teremos efetivamente algum ciclone tropical a aproximar-se do arquipélago”, declarou ao Açoriano Oriental Vanda Costa, meteorologista da delegação regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), ressalvando, todavia, que essa possibilidade também deve ser admitida.
Na
prática, o aviso lançado pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados
Unidos para este ano tem a ver com a quantidade de ocorrências, não
especificamente com a sua localização, sendo certo que os Açores também
podem ser atingidos por fenómenos meteorológicos extremos por se
situarem no Atlântico Norte.
O que se admite com maior probabilidade na Região, tendo em conta que as temperaturas do seu mar são mais baixas, é a passagem de furacões com categorias mais reduzidas. “Tipicamente costumam a passar como tempestades tropicais”, assinala a meteorologista.
De acordo com a informação avançada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, desde que há registos, setembro e outubro são os meses em que mais furacões aparecem nos Açores, sabendo-se que a época destas grandes perturbações na atmosfera terrestre vai desde junho a novembro.
Tempestade tropical Grace (2009), Furacão Gordon (2012), Furacão Alex (2016), Furacão Ophelia (2017) e Furacão Helene (2018) são ciclones tropicais que passaram pelos Açores ao longo da última década.
Para já, o que se sabe é que o
princípio da variabilidade climática afetou as ilhas em agosto passado,
fazendo deste um mês incaracterístico, com um nível de precipitação que
foi o dobro em relação ao esperado. Na verdade, o posicionamento do
anticiclone dos Açores, deslocado em relação ao normal para esta época
do ano, fez com que os valores de precipitação tidos como normais fossem
ultrapassados em larga escala.
Notícia publicada na edição do dia 1 de setembro 2019 do jornal Açoriano Oriental
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