Açoriano Oriental
Açores/Eleições: Quase 4.000 graciosenses elegem três deputados para o parlamento regional

A ilha Graciosa, com 4.217 habitantes e 3.936 eleitores, menos 475 do que há quatro anos, vai eleger três deputados para o parlamento dos Açores nas regionais de 25 de outubro.

Açores/Eleições: Quase 4.000 graciosenses elegem três deputados para o parlamento regional

Autor: AO Online/ Lusa

Com um município e quatro freguesias, a Graciosa é a segunda ilha mais pequena dos Açores, com uma área que se estende por 60,65 quilómetros quadrados. Não é, no entanto, a segunda ilha menos populosa da região. Os 4.217 habitantes que a Pordata conta em 2019 partilham bem o espaço, que tem uma densidade populacional de 70 habitantes por quilómetro quadrado.

Em 25 de outubro, 3.936 graciosenses terão a oportunidade de escolher quem preenche três das 57 cadeiras do hemiciclo açoriano.

Com menos 475 eleitores do que nas últimas eleições legislativas dos Açores, a ilha branca, à semelhança de outras ilhas, apresenta problemas demográficos de decréscimo e envelhecimento da população.

Entre 2010 e 2019, perdeu cerca de 200 habitantes e, na região mais jovem do país, um indicador para o qual contribuiu, principalmente, a ilha de São Miguel, a Graciosa tem um índice de envelhecimento de 151 idosos por cada 100 jovens.

Apesar do decréscimo populacional, é a segunda ilha com melhor índice sintético de fecundidade, com uma média de 1,4 filhos por mulher.

O saldo natural melhorou no período de nove anos analisados pela Pordata, que revela que, em 2010, morreram 81 pessoas e nasceram 36, o que equivale a um saldo de -45, enquanto em 2019 nasceram 40 bebés, mas morreram 57 pessoas, o que contribuiu para uma melhoria do saldo natural, que foi de -17 no ano passado.

Destaca-se, ainda, o decréscimo de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), que diminuiu de 444 pessoas, em 2010, para 261, em 2019, registando-se menos 183 beneficiários, num indicador importante na região com maiores índices de pobreza do país. Nos Açores, 10,2% da população beneficia do RSI, o que contrasta com 3% em todo o país.

Os graciosenses são os açorianos com menos poder de compra. Esta é a segunda ilha com menos empresas não financeiras, surgindo acima da ilha do Corvo, e ocupa uma posição semelhante na tabela do valor acrescentado bruto dessas mesmas empresas.

À semelhança das outras ilhas da região, a agricultura e a pesca são os setores que, historicamente, mais contribuem para a economia da ilha, embora os últimos anos mostrem um aumento do peso do turismo.

Neste setor, e ressalvando que não há dados disponíveis para as ilhas de São Jorge e do Corvo, a Graciosa é onde se geram menos receitas totais nas dormidas por hóspede em alojamentos turísticos, com uma média de 88,7 euros, face à média regional de 112,5 euros.

É também a ilha com os piores números em termos de saúde, já que, com apenas quatro médicos, tem 1.054 habitantes por médico, face à média de 278 habitantes por médico na região, para a qual contribuem positivamente as três ilhas com hospital (São Miguel, Terceira e Faial), e de 186 pessoas para cada um destes profissionais a nível nacional.

Nas últimas eleições para o parlamento açoriano, em 2016, a taxa de abstenção registada a nível regional foi de 59,2%, tendo a Graciosa sido das ilhas com menor abstenção, com 45,1% dos eleitores a não se deslocarem às urnas.

Na altura, a Graciosa foi responsável pela eleição de dois deputados socialistas e um do PSD.

Este ano, em 25 de outubro, vão a votos oito forças políticas na ilha branca, sendo que o PS volta a apresentar José Ávila como cabeça-de-lista pelo círculo de ilha, assim como o PSD mantém João Bruto da Costa no topo da lista.

A CDU (PCP/PEV) avança com Joana Fonseca, enquanto o BE tem como cabeça-de-lista Humberta Brites Araújo e o CDS-PP Fernando Melo.

O círculo eleitoral da Graciosa conta ainda com a candidatura do PPM, encabeçada por Luís Picanço, do MPT – Partido da Terra, com Daniel Gomes, e o Chega, estreante nas eleições regionais, que apresenta Roberto Pires.

Nas anteriores legislativas açorianas, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.


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