Autor: Lusa/AO Online
Numa nota enviada às redações, a representação parlamentar do Partido Popular Monárquico (PPM) na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores refere que "apesar desta solicitação, o Governo da República e o Presidente da República estão a forçar os Açores a manter as ligações aéreas com o exterior, num momento em que isso significa submeter a população açoriana a riscos inaceitáveis no âmbito da explosiva propagação da pandemia".
"Trata-se de uma atitude absolutamente irresponsável e até criminosa, tendo em conta os riscos que acarreta para a população. O nosso sistema regional de saúde não tem os meios necessários para enfrentar e garantir os cuidados médicos necessários a toda a população se tiver de enfrentar uma avalanche de casos de Covid-19. E é precisamente isso que irá suceder se as ligações aéreas com o exterior continuarem a suceder", alerta o deputado único do PPM nos Açores, Paulo Estêvão.
Na nota de imprensa, o deputado considera que "os órgãos de governo próprio dos Açores não devem acatar a atitude irracional do primeiro-ministro e que, em defesa dos superiores interesses do Povo dos Açores, devem os mesmos desenvolver as ações necessárias para suspender, de facto, as ligações aéreas entre a Região e o exterior".
Para o PPM, "os órgãos de governo próprio dos Açores devem forçar, através dos meios ao seu alcance, a suspensão das ligações aéreas dos Açores com o exterior".
"A humilhação e a deslegitimação que a atitude do Governo da República significa para os órgãos de governo próprio da Região é imensa. Uma parte significativa da população açoriana está agora a aperceber-se das enormes limitações do atual regime autonómico face à força brutal e muitas vezes irracional do centralismo de Lisboa. António Costa está a dinamitar o regime autonómico e a fazer renascer das cinzas o movimento independentista açoriano", aponta Paulo Estêvão.
O deputado sublinha que a pandemia do novo coronavírus "acabará por ser contida nos próximos meses", mas alerta que "a forma como a República impôs" à região "uma situação de alto risco, calcando o prestígio das instituições autonómicas, terá consequências muito mais duradoras para o futuro da relação política entre o Estado português e os Açores".
Na Região Autónoma dos Açores, foi até agora registado um caso de infeção pelo novo coronavírus.
Trata-se de uma mulher de 29 anos, residente na ilha Terceira, com história de passagem recente por Amsterdão, na Holanda, e Felgueiras, e que, segundo a autoridade de saúde regional, apresenta "neste momento situação clínica estável e continua internada no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira".