Autor: LUSA/AOnline
“Em matéria de Açores temos, este ano, motivação para júbilo, porque duas escolas da região estão entre aquelas que mais subiram em todo o país”, afirmou à agência Lusa Avelino Meneses, numa reação ao ‘ranking’ das escolas portuguesas que fizeram exames do 9.º ano.
De acordo com o ‘ranking’, elaborado pela Lusa com base nas informações disponibilizadas pelo Ministério da Educação sobre 1.229 estabelecimentos, a Escola Básica e Secundária das Flores, nos Açores, com cerca de 530 alunos, destacou-se ao passar da posição 1.219 em 2015 para o 258.º lugar, subindo 961 lugares em apenas um ano.
Já a Escola Básica e Secundária da Calheta, na ilha de São Jorge, com 346 alunos, obteve a 6.ª melhor subida – 751 posições -, passando de 1.135.º para o 384.º lugar.
O resultado fez-se à conta da subida em um nível nas classificações dos alunos na média dos exames (Português e Matemática combinados), mas que também é visível nas classificações internas finais (CIF), que subiram de um nível negativo para a positiva.
Para o secretário regional da Educação e Cultura o “dono deste sucesso é a comunidade escolar, os alunos que estudaram, os professores que ensinaram e as famílias que acompanharam”.
Apesar da satisfação, o governante açoriano aconselhou “muita prudência” na análise dos resultados, alegando que “são múltiplos, estão em processamento e os ‘rankings’ são um modelo incompleto, simplista e grosseiro”, porque se baseiam apenas nos exames.
“Os ‘rankings’ tratam por igual aquilo que é diferente, fazem a comparação daquilo que é incomparável, por isso, as escolas privadas ficam necessariamente à frente, porque fazem a seleção dos seus alunos, têm corpos estudantis homogéneos, exercem um ensino mais fácil e mais uniforme”, referiu Avelino Meneses, destacando que o ensino público “cumpre a nobre missão de acolher todos, tem corpos estudantis mais heterogéneos, o ensino é mais difícil e baseado na experimentação de novas estratégias”.
Para Avelino Meneses, os resultados não são ainda melhores no arquipélago, porque os Açores “partiram do patamar mais baixo quando se deu início à democratização do país” e, “ainda hoje, são muitas as famílias nos Açores que, por falta de conveniente alfabetização, não conseguem acompanhar os seus filhos, não possuem, porque não podem possuir, a convicção de que a educação é uma prioridade”.