Autor: Paulo Faustino/Lusa
Hoje é esperada nas ruas uma vaga de desempregados, trabalhadores e pensionistas para um coro de protesto contra as medidas de austeridade que têm sido impostas pelo Governo da República e por novas políticas económicas e sociais. Trata-se da segunda greve geral que ocorre em Portugal este ano e a nona convocada pela CGTP, isto dois dias depois da visita a Portugal da chanceler alemã, Angela Merkel, marcada também pela contestação social. A última greve geral ocorreu a 22 de março contra o empobrecimento, agravamento da legislação laboral, condições de vida e desemprego.
A anunciada paralisação levou a transportadora aérea açoriana a assegurar os serviços mínimos para esta quarta-feira. Neste dia, ao nível dos voos interilhas, apenas se realizarão os voos Ponta Delgada/Terceira, Terceira/Graciosa, Graciosa/Terceira, Terceira/Ponta Delgada, Ponta Delgada/Horta e Horta/Ponta Delgada. Quanto às ligações de carreira com o exterior, a SATA programou só dois voos: um entre Lisboa e Ponta Delgada e o outro entre Ponta Delgada e Lisboa.
Ainda no domínio dos transportes aéreos, a ANA aconselhou os passageiros para, antes de saírem de casa, confirmarem todos os voos agendados para hoje, atendendo às previsíveis alterações do tráfego aéreo.
De igual modo, a presidente do Conselho de Administração do Hospital de Ponta Delgada, Margarida Moura, garantiu a existência de serviços mínimos nesta unidade de saúde.
Já o Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) exortou todos os docentes a aderirem à greve geral, “porque está frontalmente contra as opções impostas, que consubstanciam um ataque, sem precedentes desde o 25 de abril de 1974, por parte do Governo da República aos trabalhadores e pensionistas”.
Organizada pela Confederação Europeia dos Sindicatos (CES), a jornada europeia de ação e solidariedade, intitulada “Pelo emprego e a solidariedade na Europa, não à austeridade”, envolverá cerca de 40 organizações sindicais. Dentro dos 20 países que se vão erguer contra a austeridade, haverá greves gerais de 24 horas em Portugal e Espanha, ao passo que em Itália e na Grécia terão lugar paralisações de 4 e 3 horas, respetivamente.
Em declarações à Lusa a partir de Bruxelas, a secretária-geral da CES, Bernadette Ségol, evidenciou que “a jornada tem como objetivo transmitir uma mensagem comum em defesa do crescimento e emprego e contra a austeridade. Estou convencida de que se tivermos uma grande ação em toda a Europa tal poderá fazer a diferença”. “No final de junho houve alguma esperança porque a ideia de crescimento e emprego foi reconhecida pelo Conselho Europeu”. O problema, para Ségol, é que “os atos não seguiram as palavras” e a CES “não vê os governos a agir”.
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