Açoriano Oriental
“Açor” recolhe as asas e pousa em definitivo no ninho em 2008
Em Maio, em Paris, as lágrimas não conseguiram esconder o profundo sentimento de tristeza na hora em que, pela última vez, pisou um relvado.
O Parque dos Princípes prestou a justa homenagem ao Rei dos artilheiros portugueses, o orgulho do futebol e do desporto açoriano
“Açor” recolhe as asas e pousa em definitivo no ninho em 2008

Autor: Arthur Melo
Goleador de créditos firmados, os golos e a característica forma como festeja os seus tentos - imitando o voo do Açor - tornaram-se, em 2008, imagens da memória colectiva de todos os amantes do desporto-rei e não só.
Dezoito anos volvidos desde a sua estreia numa equipa sénior  - na altura o Santa Clara, na Série E da III Divisão -, o percurso trilhado por Pedro Miguel Carreiro Resendes no mundo do futebol encheu de orgulho os açorianos em geral e os portugueses em particular. O rico e vasto palmarés de Pauleta apenas não possui referência à sua passagem por algum clube do primeiro escalão do futebol português, embora em diferentes ocasiões - ao longo dos anos - tenha estado muito perto de representar Benfica, Sporting ou FC Porto.
Neste capítulo, os portistas ainda chegaram a contar com os serviços do açoriano, na sua equipa de juniores, mas a inadaptação e saudades de casa levaram-no a regressar a Ponta Delgada.
O crescimento futebolístico de Pauleta - e sua inconfundível relação com as redes das balizas adversárias - começaram a ficar bem vincadas ao serviço de Santa Clara, Operário, Angrense, União Micaelense e Estoril-Praia, golos estes que o levaram a emigrar para Espanha, envergando a camisola do Salamanca.
Em terras de “nuestros hermanos” nasce a alcunha “Ciclone dos Açores”, responsável pela subida do Salamanca à I Divisão e para a sua posterior transferência para  La Coruña, onde ao serviço do Deportivo (época 1999/2000) se sagraria campeão espanhol de futebol e venceu a Supertaça espanhola.
Pelo caminho, Pauleta já tinha vestido a camisa das Quinas e iniciado o caminho que o levaria a ser coroado como o melhor marcador de todos os tempos da Selecção Nacional. A 20 de Agosto de 1997, em Setúbal, conseguia a primeira internacionalização, quando aos 77 minutos entrou para o lugar de Domingos; a 26 de Março de 1999, em Guimarães, nos dezasseis minutos que alinhou frente ao Azerbeijão, o açoriano estreou-se a marcar pela Selecção, e logo com um “bis”, na goleada por 7-0.
De Espanha, Pauleta atravessou os Pirenéus e fixa-se em França: primeiro o Bordéus (entre 2000 e 2003), tendo sido eleito o melhor jogador do ano em França (2001/2002 e 2002/2003), conquistando uma Taça da Liga francesa (2001/2002), Taça de França (2003/2004)  e o título de melhor marcador do campeonato gaulês (2001/2002).
A transferência para o Paris Saint-Germain foi natural e na Cidade Luz (Paris), Pauleta continuou a coleccionar títulos: Taça da Liga (2007/2008), melhor marcador (2005/2006 e 2006/2007), e Taça de França (2005/2006).
Os sucessos ao serviço de Portugal continuaram, tendo a 12 de Novembro de 2005, no Porto, ultrapassado os míticos 42 golos de Eusébio (finalizou com 47 golos, o último dos quais frente a Angola no jogo de estreia do Mundial2006), despedindo-se da Selecção a 8 de Julho de 2006, frente à Alemanha, no jogo de atribuição do 3º e 4º lugar.
Pelo meio duas presenças em Europeus (Bélgica/Holanda2000 e Portugal2004), duas em Mundiais (Coreia/Japão2002 e Alemanha2006), vice-campeão Europeu (2004) e quarto no Mundial (2006).
Em Maio último Pauleta despediu-se no relvado do Parque dos Príncipes... como Rei!
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