Açoriano Oriental
Filipinas
Vários jornalistas detidos juntamente com militares rebeldes
Vários jornalistas foram interpelados pela polícia filipina na sequência da rebelião de cerca de 30 soldados que se barricaram num hotel de Manila, segundo associações de jornalistas que apelaram para a sua libertação.

Autor: Lusa / AO online
Cerca de 40 jornalistas, incluindo uma dezena de correspondentes estrangeiros, que estavam também no interior do hotel Península, foram interpelados e conduzidos para instalações da polícia fora da capital Manila.

Os jornalistas, algemados, foram levados em viaturas da polícia, segundo testemunhas.

Segundo a associação de imprensa estrangeira nas Filipinas, entre 7 e 10 dos seus membros estão agora sob custódia policial.

Um correspondente do canal televisivo local ABS-CBN declarou que sete membros da sua equipa foram interrogados e que as imagens obtidas foram confiscadas.

O ministro do Interior filipino, Ronaldo Purno, adiantou que os jornalistas foram interpelados para serem interrogados.

“Os jornalistas foram bem tratados, mas eles não obedeceram quando a polícia lhes pediu para abandonarem o local (da amotinação)”, sublinhou o ministro.

“Eles fizeram obstrução à justiça, voluntária ou involuntariamente”, afirmou o ministro, acrescentando: “nós queremos determinar se eles voluntariamente fizeram obstrução à justiça”.

O sindicato nacional dos jornalistas filipinos já condenou as interpelações em comunicado e um advogado dos direitos do Homem, Marichu Lambino, argumentou que a polícia tratou os jornalistas “como criminosos”.

Os militares rebeldes barricaram-se hoje no hotel Península durante cinco horas, exigindo a demissão da presidente Gloria Arroyo.

Após a intervenção do exército e da unidade especial da polícia, que entrou do hotel com armas automáticas e granadas de gás lacrimogéneo, os rebeldes renderam-se e foram detidos.

Alguns dos soldados rebeldes deveriam ter comparecido ainda hoje no tribunal militar por alegada tentativa de golpe de Estado em 2003, tendo conseguido fugir e barricar-se no hotel Península, com a cumplicidade de alguns dos guardas que os acompanhavam.
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