Autor: Lusa/AO online
Foi uma "vitória saborosa", afirmou Vasco Cordeiro, prometendo "ganhar o futuro" da região, num "novo ciclo que hoje se inicia", evitando falar do contexto nacional das medidas de austeridade a nível nacional.
Já Berta Cabral (PSD), no seu discurso, assumiu "pessoalmente" a derrota, prometeu assumir o cargo de deputada e não esclareceu se abandonava a liderança do PSD. Nas últimas quatro eleições, os líderes regionais do PSD foram sempre afastados depois das derrotas perante Carlos César.
Artur Lima (CDS), Zuraida Soares (BE) e Aníbal Pires (CDU) responsabilizaram a bipolarização pela redução do número de votos em relação a 2008, que levou mesmo os centristas a baixarem de cinco para três eleitos enquanto o BE diminui de dois para um deputado.
Paulo Estêvão, eleito deputado do PPM pela ilha do Corvo, prometeu uma “oposição forte” ao novo governo regional socialista, lamentando a maioria absoluta do PS.
No plano nacional, o primeiro-ministro e líder nacional do PSD, Passos Coelho, e o líder do CDS, Paulo Portas, reconheceram que o contexto nacional das medidas de austeridade interferiu nos resultados, elogiando o trabalho feito pelas estruturas regionais dos respetivos partidos.
António José Seguro, líder do PS, deu os parabéns a Vasco Cordeiro, e considerou que “os açorianos valorizaram a importância das funções sociais do Estado", optando por uma solução política que “concilia o rigor e a disciplina orçamental com o emprego e o crescimento económico”.
O líder nacional do PCP, Jerónimo de Sousa, destacou a manutenção do deputado regional eleito e considerou que o resultado constitui "uma clara penalização da política nacional".
Já Luís Fazenda (BE) afirmou que "PSD e CDS foram penalizados pela política do Governo da República".
Escolhido pela direção do PS, que continua a ser liderado por Carlos César, Vasco Cordeiro venceu Berta Cabral (PSD), que havia deixado a presidência da Câmara de Ponta Delgada para concorrer ao Governo Regional açoriano.
As medidas de austeridade impostas por Lisboa foram um dos temas da campanha eleitoral, com Berta Cabral (PSD) e Artur Lima (CDS) a demarcarem-se das políticas do Governo da República.
Artur Lima chegou a aconselhar o líder nacional do partido, Paulo Portas, a abandonar a coligação com o PSD enquanto, na sexta-feira, Berta Cabral anunciou que iria ordenar o voto contra o Orçamento de Estado aos deputados sociais-democratas eleitos pelos Açores, caso se confirmem os aumentos do IRS e do IMI, divulgados no dia anterior.
Passos Coelho foi o único líder dos grandes partidos que não marcou presença na campanha eleitoral e Paulo Portas limitou-se a fazer uma visita de algumas horas à Terceira, para um jantar-comício do CDS, onde não falou de política nacional e fugiu às perguntas dos jornalistas.
No entanto, essa demarcação das políticas nacionais não atraiu mais votos aos dois partidos e os eleitores decidiram renovar o mandato do PS, apesar do candidato já não ser Carlos César, que venceu por quatro vezes as eleições regionais.
Vasco Cordeiro conseguiu mesmo ser eleito com mais votos e mais deputados que Carlos César em 1996, quando interrompeu o ciclo de 20 anos de poder social-democrata, encabeçado pelo “histórico” Mota Amaral.
Comentando a sua vitória, o presidente do Governo Regional açoriano, o socialista Carlos César, manifestou a sua confiança na "nova geração" de políticos que vão governar o arquipélago, declarando ainda a sua "confiança num tempo novo" para os Açores.
O PS renovou a maioria absoluta nas eleições regionais açorianas, conseguindo 31 deputados. Com todos os 57 mandatos atribuídos, o PSD conseguiu eleger 20 deputados, seguindo-se o CDS (3), o BE (1), a CDU (1) e o PPM (1).
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