Autor: Lusa/AO online
Em comunicado, a comissão de trabalhadores (CT) da estação pública de televisão revela mais de vinte questões colocadas a Miguel Macedo, por considerar que o MAI não deu suficientes esclarecimentos sobre o caso, já denominado 'Brutosgate'.
Em causa está a visualização que a PSP fez de imagens da RTP não exibidas e editadas (vulgarmente denominadas como "brutos") dos confrontos que ocorreram a 14 de novembro, dia da greve geral, em frente à Assembleia da República.
Na sequência desta polémica, o diretor de informação da RTP, Nuno Santos, anunciou a sua demissão do cargo, rejeitando qualquer acusação de ter facultado imagens à PSP.
A comissão de trabalhadores da RTP quer saber "quem deu a ordem para ser efetuado o pedido de acesso às imagens em causa à RTP", a quem foi dirigido o pedido, quantos elementos da PSP fizeram o visionamento, e quantos DVD foram entregues à polícia.
Entre o rol de questões, pergunta-se ainda "se a PSP teve acesso a quaisquer outras imagens, através da RTP, nomeadamente imagens não editadas ou difundidas publicamente".
O ministro Miguel Macedo anunciou na sexta-feira que ia pedir à Procuradoria-Geral da República um parecer sobre a legitimidade da PSP ter acesso a imagens de televisão não editadas.
Sobre a situação interna na empresa pública, a comissão de trabalhadores alerta para o risco de ser "amordaçada" num momento em que o "conselho de administração dispara em várias direções contraditórias, para dentro e para fora" e em que o governo "tem na manga um pacote legislativo de dezasseis diplomas sobre a comunicação social".