Autor: Lusa/AO online
A procuradora Fatou Bensouda indicou num comunicado que, “depois de analisar minuciosamente todos os fatores pertinentes”, decidiu que não haverá uma investigação que conduziria a um eventual processo porque os alegados crimes não são “suficientemente graves”.
O caso foi apresentado ao TPI pelo Governo das Comores, Estado integrante do Estatuto de Roma, o tratado fundador do tribunal, mas também onde estava registado o navio almirante Mavi Marmara, da frota internacional de ajuda humanitária.
Nove cidadãos turcos morreram quando um comando israelita atacou a 06 de maio de 2010 o navio Mavi Marmara, que integrava uma frota de seis embarcações, que tentavam furar o bloqueio à Faixa de Gaza. Um décimo ativista morreu depois devido a ferimentos.
Israel impôs um bloqueio à Faixa de Gaza em 2006 depois de um soldado israelita ter sido raptado junto ao enclave palestiniano. O soldado foi libertado em 2011 em troca de 1.000 presos palestinianos detidos por Israel.
O bloqueio foi reforçado em 2007 quando o movimento islamita palestiniano Hamas assumiu o controlo da Faixa de Gaza e ligeiramente suavizado por pressão internacional depois do assassínio dos ativistas turcos.
O ataque prejudicou gravemente as relações entre os anteriores aliados regionais Israel e Turquia, tendo Ancara pedido desculpas formais e compensações para as famílias dos mortos, bem como o levantamento do bloqueio. Israel recusou.