Autor: Lusa/AO online
“Eu tenho uma mensagem para o PSD e é muito simples. Parem de jogar este jogo infantil, apresentem as vossas propostas”, afirmou José Sócrates, adiantando que só assim será possível “um debate sobre as ideias, sobre o caminho” para o país. “Porque não é possível continuarmos nesta situação. Apenas com um partido a dizer mal de tudo e de todos, sem apresentar nenhuma proposta”, sublinhou. José Sócrates discursava numa unidade hoteleira da cidade alentejana durante um jantar com militantes e simpatizantes do PS para comemorar o 25 de Abril e marcar o 38.º aniversário do partido. Segundo realçou o líder do PS, “já lá vão 37 dias” desde o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e, da parte do PSD, “nem proposta, nem programa”. “Pensávamos que era hoje, mas não foi”, ironizou, numa alusão ao fórum “Mais Sociedade”, que decorreu em Lisboa e em cuja sessão de encerramento discursou o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. Nessa iniciativa, frisou Sócrates, “também não houve nem ideias, nem propostas, nem sugestões”. “O líder do PSD disse, mais uma vez, que não senhor, que tinha ouvido tudo, mas que ia ponderar”, afirmou o secretário-geral do PS, acrescentando que Passos Coelho disse ainda que a “proposta de bases de programa” eleitoral que lhe foi entregue “vai ser analisada”. Insistindo que se “passaram 37 dias desde que foi chumbado o PEC” e acusando o PSD de ter criado “uma crise política sem dar abertura ao diálogo”, José Sócrates questionou: “Esse partido que abre uma crise política, não deveria ter a responsabilidade de, ao mesmo tempo, dizer ao país qual é a alternativa?”. “Nestes 37 dias, não houve uma medida que fosse apresentada” pelos social-democratas que, apesar de estarem “há seis anos na oposição, ainda não encontraram um programa político capaz de ser apresentado como alternativa”, disse José Sócrates. “Afinal de contas, fizeram um concurso de ideias, mas parece que nenhuma ideia ganhou”, ironizou, voltando a referir-se ao fórum “Mais Sociedade”. Acusando o PSD de não ter hesitado em “somar uma crise política às dificuldades da economia e financeiras que Portugal atravessa”, apenas com “uma única intenção”, a da “ânsia de poder”, Sócrates disse que os social-democratas “lá terão as eleições que querem”. “Mas uma coisa é haver eleições. Outra coisa é ganhar essas eleições”, realçou, insistindo que, da intervenção de hoje de Passos Coelho, notou que “não há nenhuma proposta nem nenhuma ideia” e que, “para disfarçar tudo isso”, o PSD recorreu à sua “linha política de sempre, a mais vulgar maledicência”.