Açoriano Oriental
Tecnologias da informação
Sistema português de gestão de gado quer conquistar Europa
Um sistema informático português para gestão de gado através de “chips” nos animais está em testes em sete locais do país, preparando-se a empresa responsável pelo software para exportá-lo para países europeus, revelou João Paulo Crespo, da Pecplus.

Autor: Lusa/AO online
Segundo o director-geral daquela empresa do grupo Fertiprado, com sede em Vaiamonte, Monforte, a aplicação Ovigest tira partido de identificadores por rádio frequência (RFID) em cada animal para construir bases de dados de gestão da exploração e para ordenar o efectivo em mangas de maneio automáticas.

    Ou seja, sem intervenção do homem, portas automáticas nos corredores de passagem do gado lêem à distância o sinal RFID e separam cada animal para diferentes zonas, consoante tenham vacinação agendada, por exemplo.

    Em 2010, de acordo com as normas europeias, cada animal tem que estar identificado com um pequeno “chip” RFID, em vez dos brincos numerados utilizados actualmente.

    “O nosso mercado são mais de 400 milhões de animais na União Europeia que vão passar a usar esse 'chip' RFID”, disse hoje João Paulo Crespo à Agência Lusa, acrescentando que a utilização de novos meios tecnológicos "está mais difundida nas explorações de Espanha e Itália”, onde a Fertiprado também já tem escritórios, pelo que a primeira aposta, em termos de exportação, vai ser naqueles dois países.

    “Comparativamente com a gestão que hoje é feita, este é um salto muito grande em direcção às tecnologias de informação”, sublinhou, ao justificar o slogan do sistema: “A pecuária de precisão”.

    Um outro componente da aplicação Ovigest consiste num leitor RFID que faz a ligação via rede móvel à base de dados da exploração, na Internet. Permite andar pelo campo, introduzir e consultar informação à medida que o utilizador se aproxima de cada animal.

    “A informação pode ser partilhada em tempo real com técnicos veterinários ou com um matadouro. Ou seja, este sistema permite rastrear o historial do animal e seguir os produtos até à prateleira de supermercado”, disse João Paulo Crespo.

    Segundo este responsável, os custos do sistema variam entre 1,5 e 3,5 euros/ano por animal, consoante as opções pretendidas, a raça e o tamanho da exploração.

    Os parâmetros medidos e os critérios utilizados têm sido afinados na Herdade dos Esquerdos, da Fertiprado, em Vaiamonte, Monforte.

    “Nos últimos cinco anos e meio temos 400 mil dados lançados relativos a um efectivo de 2.700 ovelhas”, avançou.

    O mesmo tipo de programa e sistema de gestão está a ser preparado para explorações de bovinos e suínos.

    A Quinta da Senhora de Mércules, na Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco, é um dos sete locais do país onde o projecto está a ser testado e onde conta com os contributos de toda a escola.

    “É um sistema de gestão completo e, em termos de maneio, o Ovigest permite separar mil ovelhas em cerca de uma hora, sem stress para os animais”, explicou António Moitinho Rodrigues, director da ESA.
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