Autor: Rafael Dutra
A reunião entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), o Sindicato do Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Conselho de Administração da SATA decorrida na passada quinta-feira resultou num compromisso formal assumido por todas as partes, que permitiu a desconvocação da greve anunciada para entre os dias 13 de setembro e 13 de outubro de 2024, bem como a greve ao trabalho extraordinário igualmente decretada.
O SINTAC revelou, através do seu vice-presidente, em declarações à Rádio Açores/TSF, estar satisfeito com este consenso, porque não queria “chegar à greve: isso era derrota de todos”, frisou.
“Houve aqui uma intervenção importante da Direção dos Serviços do Trabalho e da Secretaria dos Transportes que mediou o acordo, nunca é aquilo que queríamos no início, nunca é tudo o que pretendíamos, mas é um acordo que vem ao encontro das nossas pretensões. [A SATA] aceitou uma boa parte das nossas reivindicações, e os associados consideram-no um bom acordo”, salientou Filipe Rocha.
Embora o dirigente sindical defendesse uma valorização do vencimento base, ao invés de uma valorização através de complementos, o sindicato acabou por chegar a um meio termo com a companhia aérea.
“A empresa aceitou que uma parte relevante dos aumentos de vencimento pudessem ocorrer nos vencimentos base. Nós aceitámos que a empresa pudesse pôr uma outra parte no complemento, que estávamos a rejeitar desde a primeira hora, e a empresa aceitou também que esses aumentos pudessem ocorrer com alguma rapidez, embora que, ao longo dos próximos dois anos, mas com mais consistência no vencimento base”, explicou Filipe Rocha.
Questionado
sobre se a paz social ficará garantida até 2026, o vice-presidente do
SINTAC aponta que esse é o compromisso do sindicato, “desde que a
empresa não repita os erros negociais do passado recente”.
“Nós haveremos sempre de reagir quando nos sentirmos injustiçados. Neste momento, o acordo que temos e aquilo que prevemos é que, não havendo surpresas, a paz social estará garantida”, acrescentou.
Por sua vez, a SATA emitiu um comunicado onde indicou que foi encontrada uma solução que equilibra o futuro da empresa.
“Face
ao entendimento alcançado, que honrou os compromissos acordados no
passado, as partes consideram ter sido alcançada uma solução viável,
capaz de garantir o futuro equilibrado da empresa, que devolve
tranquilidade ao clima interno e garante a regularidade dos serviços de
transporte aéreo prestados”, lê-se no documento enviado aos jornalistas.