Açoriano Oriental
Sindicato denuncia que excesso de formações está a perturbar escolas

Sindicato dos Professores da Região Açores critica Direção Regional da Educação por não ter em conta as dificuldades e os esforços acrescidos dos docentes

Sindicato denuncia que excesso de formações está a perturbar escolas

Autor: Paula Gouveia

O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) denuncia que os docentes da Região estão a ser sujeitos, pela Direção Regional da Educação, a um “excesso de formação”, “numa época de dificuldades e esforços acrescidos”.

Segundo o SPRA, “este excesso de formações está a perturbar a principal atividade do professor” e a criar nas escolas “um sentimento de desmotivação e conflitualidade, que em nada beneficia a Educação”, refere em comunicado.

Para o sindicato, “na atual conjuntura, marcada pela pandemia, em que, inclusive, se agrava a falta de docentes em alguns grupos disciplinares, sobrecarregando os que estão no ativo, em que as condições de trabalho são significativamente mais difíceis, quer no ambiente de sala de aula, quer nos trabalhos colaborativos que se realizam nas escolas, parece-nos incompreensível sobrecarregar ainda mais os docentes”. Sendo que, acrescenta o mesmo comunicado, “o direito/dever da tutela de formar os seus trabalhadores não pode colidir com o direito dos trabalhadores a terem um horário de trabalho compatível com o que está estipulado na lei e com uma vida digna em termos profissionais, pessoais e familiares”.

De acordo com o SPRA, “sabendo que, em condições normais do exercício da atividade docente, professores e educadores trabalham, regra geral, mais de 26 horas de estabelecimento e mais de 35 horas semanais, não se compreende que, numa época de dificuldades e esforços acrescidos, se peça para cumprirem planos de formação que se desenvolvem ao longo de todo o ano, com sessões online, presenciais, com trabalho autónomo e colaborativo, ao longo da semana”.

O sindicato denuncia que “casos há em que alguns docentes frequentam duas e, até, três formações em simultâneo, o que se revela inadmissível e insustentável”. E conclui que se torna “evidente, portanto, que, uma vez mais, a sensibilidade face às dificuldades que as escolas e os docentes enfrentam e o bom senso que deveriam ser tidos em conta nos horários e nas tarefas, aliviando o desgaste a que os docentes estão sujeitos, parecem estar arredados da Direção Regional da Educação”.

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