“Além de outros aspetos também graves, está em causa a hipótese de a tutela recusar a abertura de turnos para o trabalho em laboratório, nas Ciências Experimentais, no 3.º Ciclo. A gravidade de tal decisão poria em causa a segurança dos alunos”, refere o sindicato em nota de imprensa.

De acordo com o SPRA, a consequência “será o incumprimento de orientações curriculares”, porque “nenhum professor porá em risco a saúde e a integridade física dos alunos que tem à sua responsabilidade”.

O sindicato diz que o Governo dos Açores transmitiu às escolas que “estariam obrigadas a encontrar soluções que evitem o recurso a novas contratações, para substituir docentes que faltem ao longo do ano, nas disciplinas em que os alunos estão divididos em turnos”.

O sindicato aponta que nas Ciências Experimentais assiste-se ao manuseamento, por parte dos alunos, de materiais e equipamentos que “implicam riscos muito significativos e que, por isso, exigem uma atenção redobrada por parte dos professores, para que a segurança de todos não fique comprometida”.

“Com a turma inteira, o trabalho em laboratório deixa de ser possível”, refere o SPRA, adiantando que o executivo açoriano “impôs que, caso a escola não consiga garantir que não recorrerá a novas contratações para substituir as baixas por doença, não seria autorizada a existência de turnos”.

Os representantes sindicais referem que, “perante uma situação de contornos inaceitáveis para as escolas, para os professores e para os alunos da Região, o sindicato, na última reunião com a tutela, recusou liminarmente esta imposição, que não tem em conta a realidade das escolas”.

O Sindicato dos Professores da Região Açores diz que enviou ontem um ofício à tutela onde manifesta a sua “total oposição relativamente à proposta” nesta matéria, que consubstancia um recuo, para os Açores, “de 30 anos no ensino experimental das ciências”.