Autor: Lusa/AO Online
O encontro entre Sánchez e González Urrutia ocorreu foi divulgado nas redes sociais do próprio primeiro-ministro de Espanha, numa publicação em que dá as boas-vindas ao candidato da oposição nas eleições venezuelanas de julho passado e que inclui um vídeo com imagens dos dois a passearem e a conversarem nos jardins do Palácio da Moncloa, a sede do governo espanhol.
No pequeno texto que acompanha o vídeo, Sánchez diz que Espanha acolhe González Urrutia "demonstrando o compromisso humanitário e a solidariedade" dos espanhóis com os venezuelanos.
"Espanha continua a trabalhar em defesa da democracia, o diálogo e os direitos fundamentais do povo irmão da Venezuela", acrescenta.
Este encontro ocorre depois de na quarta-feira o parlamento espanhol ter aprovado uma recomendação ao Governo para reconhecer Gonzalez Urrutia como presidente eleito da Venezuela, como já fizeram outros países que contestam a anunciada vitória e reeleição de Nicolás Maduro.
Também na quarta-feira, e em resposta à resolução aprovada pelos deputados espanhóis, o parlamento venezuelano ameaçou aprovar uma recomendação para o corte das relações diplomáticas e comerciais com Espanha.
A recomendação do parlamento espanhol foi aprovada por três partidos da oposição de direita e extrema-direita (Partido Popular, Vox e Partido Nacionalista Basco). O Governo, liderado pelos socialistas, já disse que não reconhecerá, para já, González Urrutia presidente eleito da Venezuela.
Sánchez justificou esta semana que Espanha continua a trabalhar no seio da União Europeia para manter "uma margem de mediação" na Venezuela, com o objetivo de encontrar uma saída que respeite "a vontade democrática" manifestada nas eleições de julho.
O líder do Governo espanhol explicou que o objetivo é manter essa "margem de mediação" até ao final do ano e referiu que, neste momento, Espanha não reconhecerá Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições presidenciais da Venezuela.
"O Governo de Espanha pediu a publicação das atas das eleições na Venezuela. Não reconhecemos a vitória de Maduro e trabalhamos pela unidade dentro da União Europeia que permita uma margem de mediação até ao final do ano, para podermos encontrar uma saída que transmita a vontade democrática expressa nas urnas pelo povo venezuelano", afirmou Sánchez.
O Partido Socialista (PSOE) tem ainda insistindo em lembrar o precedente de Juan Guaidó, cujo reconhecimento pela comunidade internacional não teve qualquer efeito, e afirma que fazer agora o mesmo e da mesma forma com González Urrutia seria dar de novo "expectativas falsas" aos venezuelanos, fazendo-os acreditar numa "varinha mágica que faria desaparecer o regime de Maduro".