Recolha seletiva aumenta 7,5% em São Miguel em 2025

A MUSAMI revelou que São Miguel registou até novembro um aumento de 7,5% na recolha seletiva, totalizando 27 245 toneladas, e uma queda de 9% nos resíduos indiferenciados, sinalizando uma gestão de resíduos mais sustentável na ilha de São Miguel face a 2024



A recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos na ilha de São Miguel registou, em 2025, um crescimento de 7,5%, totalizando 27 245 toneladas, enquanto a recolha de resíduos indiferenciados diminuiu 9%, fixando-se nas 51 627 toneladas, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela MUSAMI.

Refira-se que em 2024, a recolha indiferenciada tinha sido de 56 629 toneladas e a recolha seletiva tinha atingido as 25 338 toneladas. Os números confirmam uma tendência sustentada de melhoria na separação de resíduos na origem e traduzem no “crescimento da sensibilidade da população para a separação de resíduos”, afirma a MUSAMI.

Valorização de resíduos de embalagem cresceu 13%

A valorização de resíduos de embalagem registou um crescimento global de 13%, passando de 8.286 toneladas em 2024 para 9.380 toneladas em 2025. A evolução foi transversal às principais tipologias: Papel e cartão - de 4.330 toneladas (2024) para 4.785 toneladas (2025); Plástico - de 1.370 para 1.610 toneladas; Metal - ligeira diminuição, de 324 para 299 toneladas e Vidro - aumento significativo, de 2.262 para 2.687 toneladas.

No segmento dos resíduos biodegradáveis de cozinha, a recolha seletiva porta-a-porta atingiu, até ao final de novembro de 2025, 1.150 toneladas, distribuídas pelos concelhos de Lagoa (212 t), Ponta Delgada (567 t), Vila Franca do Campo (153 t) e Ribeira Grande (218 t). Não há  dados disponíveis para a Povoação nem para o Nordeste neste segmento.
No caso de Ponta Delgada, os dados incluem recolhas realizadas junto de estabelecimentos do setor HORECA (Hotéis, Restaurantes e Cafés) aderentes ao sistema.

Infraestruturas e valorização energética em São Miguel

O ano de 2025 ficou ainda marcado pela entrada em funcionamento da Central de Valorização Energética (CVE), integrada no Ecoparque da Ilha de São Miguel. A infraestrutura completa o sistema integrado de gestão e tratamento de resíduos sólidos urbanos da ilha e permitirá reduzir drasticamente a utilização do aterro sanitário, convertendo resíduos não recicláveis em energia elétrica.

Paralelamente, a MUSAMI mantém a produção anual de cerca de 4.000 toneladas de composto orgânico, produzido a partir de resíduos verdes e madeiras descontaminadas, certificado para utilização em agricultura biológica.

Parte deste composto tem sido utilizado em projetos-piloto de recuperação de solos agrícolas nos concelhos da Lagoa e da Ribeira Grande, permitindo avaliar melhorias na estrutura, fertilidade e retenção hídrica dos solos.

No domínio da reutilização, a recolha de têxteis atingiu 63 toneladas até ao final de novembro, o que representa um aumento de 31% face ao período homólogo. Contudo, apenas 51% destes materiais se encontravam em condições adequadas para reutilização. A MUSAMI apela a uma maior sensibilidade.

“Os contentores distribuídos pela ilha destinam-se a receber peças de vestuário, calçado ou até brinquedos, que se encontram em condições de serem tratados e receberem uma nova utilização, e não devem funcionar como depósito de resíduos têxteis, cujo estado de degradação já não permita a sua recuperação e reutilização”, lê-se no documento.
Em paralelo, no âmbito da responsabilidade social, a MUSAMI doou 2,5 toneladas de hortícolas a instituições de solidariedade social da ilha, produtos cultivados no Ecoparque com recurso a substrato orgânico 100% natural.

Segundo a administração da MUSAMI, o próximo ano será marcado pela consolidação dos processos, com um Ecoparque totalmente funcional, início da produção de energia a partir da valorização energética de resíduos e redução drástica da utilização do aterro.



PUB