Açoriano Oriental
Qualidade da água distribuída "é boa", mas pode ser melhorada
A qualidade da água fornecida pelos municípios dos Açores "é boa", mas pode ser melhorada, segundo a entidade reguladora regional, que identificou alguns pontos de contaminação nas redes e "vários casos de falta de higiene nos reservatórios".
Qualidade da água distribuída "é boa", mas pode ser melhorada

Autor: Lusa/AO online

Em declarações aos jornalistas, durante um seminário técnico relacionado com a gestão de águas e resíduos, a decorrer na cidade da Horta, na ilha do Faial, o presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA), Hugo Pacheco referiu hoje que "é possível fazer mais" no sentido de melhorar a qualidade da água fornecida aos açorianos.

"Os dados que dispomos apontam para que tenhamos água de qualidade, mas obviamente que podemos fazer mais", admitiu o gestor, adiantando que o objetivo é que "os Açores sejam um caso de excelência" nesta matéria.

Segundo o responsável, a água de origem (águas das nascentes ou dos furos) existente no arquipélago "é de boa qualidade", mas sofre "alguma degradação" pelos sistemas por onde passa, embora essa situação seja "facilmente tratável".

De acordo com um levantamento efetuado pela ERSARA, o município dos Açores que apresenta melhor qualidade na água fornecida ao consumidor é Santa Cruz das Flores, ao passo que a Calheta de São Jorge e Santa Cruz da Graciosa são os concelhos com pior registo.

Hugo Pacheco adiantou que a ERSARA visitou todas as autarquias dos Açores e descobriu vários pontos de contaminação, quer nas zonas de captação de água, quer nos furos e reservatórios municipais.

Além disso, foram registados vários casos de falta de higiene e de limpeza nos reservatórios, alguns dos quais eram mesmo utilizados como armazém para guardar "botas, enxadas" dos funcionários e até "veneno para ratos".

"Verificámos que havia muito desconhecimento sobre os riscos que estas situações podem representar para a qualidade da água", adiantou o presidente do conselho de administração da ERSARA, sublinhando que foi necessário efetuar um trabalho de sensibilização junto das câmaras municipais.

Hugo Pacheco anunciou também a intenção da lançar uma recomendação, destinada a todos os municípios, no sentido de tentarem uniformizar os critérios de cobrança da água, tendo em conta a diversidade de procedimentos que existem.

"Não vamos dizer qual é o custo que cada entidade tem de cobrar pela água, o que queremos é dar as ferramentas para que possam calcular o seu tarifário", explicou o responsável, recordando que há autarquias que não cobram o suficiente para suportar os encargos com a manutenção da sua rede de abastecimento de água.

No seu entender, essa será uma "tarefa difícil", já que será necessário, neste período de crise, ter em atenção algumas "considerações sociais" num eventual aumento das tarifas da água, nomeadamente com as famílias carenciadas ou numerosas.

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