Autor: Lusa/AO online
No final da noite eleitoral, ao lado do seu parceiro de coligação, Paulo Portas, líder do CDS-PP, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que os dois partidos pretendem negociar rapidamente um "programa de Governo" e admitiu entendimentos com o PS no parlamento para fazer reformas como a da Segurança Social. Portas prometeu que a coligação saberá "ler e respeitar" a ausência de maioria absoluta.
No PS, apesar da derrota, António Costa não deixa a liderança - "manifestamente, não me vou demitir" -, embora vários dirigentes socialistas, como António Galamba e António Braga, tenham exigido a sua demissão. Na terça-feira, os socialistas vão reunir a sua comissão política nacional, seguindo-se uma reunião do grupo parlamentar.
Sobre a atitude quanto ao novo Governo, António Costa afirmou que os socialistas querem afirmar as suas propostas, mas recusou uma "maioria do contra".
Uma das novidades da noite eleitoral foi a eleição de um deputado do partido Pessoas-Animais Natureza (PAN), André Silva, com 1,39% dos votos.
Fora do parlamento ficaram alguns dos novos partidos, como o Livre/Tempo de Avançar, Agir e Partido Democrático Republicano (PDR).
Apesar da vitória, PSD e CDS (38,55%) perderam cerca de 722 mil votos relativamente às legislativas de 2011, quando concorreram separados. No total, a coligação tem 104 deputados (incluindo os dos Açores e Madeira, onde concorreram separados) - 86 do PSD e 18 do CDS.
O PS aumentou em votos e deputados relativamente a 2011, passa de 73 para 85 deputados, mas ficou longe da vitória.
A CDU, coligação do PCP com o PEV, aumentou ligeiramente a votação e mais um deputado (17), mas ficou atrás do Bloco de Esquerda, que passou de oito para 19 deputados.
A abstenção nas eleições de domingo ficou nos 43,07%, a maior de sempre registada em legislativas, e quando faltavam atribuir quatro mandatos de deputados respeitantes aos círculos da emigração. A abstenção em 2011 situou-se nos 41,9%.