Autor: Lusa/AO Online
“O PSD veio transmitir uma palavra de estímulo, de motivação e outra de desafio”, disse o líder parlamentar do PSD/Açores, João Bruto da Costa, em declarações aos jornalistas.
O deputado social-democrata açoriano falava no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após uma audiência com o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para 2025.
“O PSD é o maior partido que suporta o Governo Regional. Estamos a trabalhar desde o início em conjunto e, obviamente, que não será outra coisa de esperar do que termos um Plano e Orçamento que vão ao encontro daquelas que são as nossas preocupações e estaremos do lado do Governo a apoiar este Plano e Orçamento”, reforçou o deputado.
João Bruto da Costa disse que o partido levou ao presidente do Governo Regional palavras de “estímulo para se prosseguir com consistência políticas que têm transformado para melhor os Açores, desde logo de ser a região com os mais baixos impostos” e também para manter a Tarifa Açores, como “forma de aproximar os açorianos e de dar mobilidade à região”.
O líder parlamentar do PSD/Açores desafiou, no entanto, o Governo Regional “a enfrentar” a questão do subfinanciamento da saúde como “uma prioridade”, apelando a entendimentos nessa matéria.
“Deixamos uma palavra de motivação para um orçamento que seja bom para os Açores, que seja mantido pelo diálogo social e também com os outros partidos políticos, mas que traga efetivamente estabilidade, motivação para essa estabilidade política e orçamental que tão importante é para a concretização dos projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, acrescentou.
Bruto da Costa salientou ainda a importância de ter “um orçamento em vigor”, lembrando que, nos últimos sete meses, a região não teve orçamento, governando “por duodécimos”.
E, “nessa medida, queremos dar motivação ao Governo para que possa executar com estabilidade essas medidas relativamente ao PRR”, prosseguiu.
Quantos aos desafios, elencou o combate ao subfinanciamento do setor da Saúde, justificando ser um assunto de “extrema importância para a região”.
“Queremos que o Governo tenha motivação para enfrentar esse desafio, que seja feito não só através de receitas próprias, mas quer eventualmente através de algum endividamento que não ponha em causa o equilíbrio das finanças públicas nos Açores”, explicou, lembrando o incêndio, ocorrido em maio, no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, que deixou a maior unidade de saúde dos Açores inoperacional.
Esse incêndio, segundo vincou, trouxe “ainda maiores desafios” à questão da Saúde no arquipélago, defendendo que a Saúde "deve ser uma prioridade deste orçamento para 2025" e reiterando a necessidade de "estabilidade política" e orçamental.
O executivo saído das eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro Governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.
No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.