Açoriano Oriental
PS/Madeira defende criação de plataforma política das regiões autónomas
O líder do PS/Madeira defendeu hoje a necessidade de criação de uma plataforma comum entre as regiões autónomas dos Açores e Madeira, para a defesa dos seus interesses junto do Governo da República e Parlamento nacional.

Autor: Lusa/AO Online

“Por razões que não vale a pena aqui especificar, estivemos, de alguma forma, sempre de costas voltadas, e não falo apenas do PS, mas dos madeirenses e dos açorianos. Acho que é altura de dar um passo em frente nessa matéria”, declarou Carlos Pereira aos jornalistas.

O responsável pelo PS/Madeira foi hoje recebido, na cidade da Horta, na ilha do Faial, em audiência, pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, no âmbito da sua visita de trabalho àquela região açoriana.

Carlos Pereira afirmou estar “totalmente disponível para contribuir para derrubar esse muro” que tem vindo a ser colocado entre a Madeira e os Açores e encontrar “plataformas de entendimentos comuns em matérias que são importantes” para as ambas as regiões autónomas.

O dirigente político madeirense defende, assim, a necessidade de construir caminhos “mais robustos na defesa dos interesses comuns” no plano nacional, tanto na Assembleia da República como junto do Governo nacional, acrescentando que “há aqui um caminho muito longo a percorrer”.

Carlos Pereira referiu-se especificamente ao modelo de mobilidade aérea existente do continente para ambas as regiões autónomas, para afirmar que a Madeira “tem algumas coisas a aprender” com os Açores, uma vez que o modelo madeirense “incluiu obstáculos” em termos de proteção dos residentes, no que concerne aos reembolsos estatais.

“Os bilhetes acima de 400 euros não têm direito a reembolso, pagando a partir deste montante o residente. Os Açores não têm esta limitação”, declarou, para acrescentar que o reembolso do bilhete por parte do Estado só é feito 60 dias após a realização da viagem, o que não existe na região açoriana.

O líder do PS/Madeira exemplificou ainda que, no seu arquipélago, contrariamente ao que se passa nos Açores, as limitações para a atribuição do subsídio por parte do Estado ao residente não se aplicam apenas à classe executiva, havendo ainda mais três categorias de classes em que isso acontece.

A gestão da dívida pública madeirense à República, que no caso dos Açores é “bastante inferior (dez vezes menos)”, segundo o líder dos socialistas madeirenses, preocupa, uma vez que se está a pagar juros ao Estado na ordem dos 3,8 por cento, sendo possível pagar 1,8 por cento, o valor negociado com os Açores.

“Se nós fizermos uma redução de um ponto percentual nos juros da dívida da Madeira ao Estado, dos 1.500 milhões de euros que estamos a falar, nós poupamos, por ano, 15 milhões de euros. Ora, uma poupança de 15 milhões de euros num empréstimo que tem uma duração de 23 anos”, significa mas de “300 milhões de euros”, afirmou o dirigente socialista.

O presidente do Governo dos Açores afirmou, por seu turno, no final da audiência, que foi possível partilhar com o líder do PS/Madeira um conjunto de dados relativos à situação açoriana e de entendimentos que, da parte do PS/Madeira, existem em relação a desafios com que as regiões autónomas estão ser confrontadas.

Além do encontro com o presidente do executivo açoriano, Carlos Pereira reúne ainda hoje com o secretário regional do Turismo e Transportes, vice-presidente do Governo Regional, presidente do Parlamento dos Açores e grupo Parlamentar do PS.

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