Autor: Lusa/AO Online
"Além de não ter qualquer vontade de participar na nobre tarefa de construir o futuro da região enquanto forem outros a governar, esta liderança do PSD enferma de uma gritante hipocrisia política, plena de contradições e devedora apenas de um único propósito: derrubar, por qualquer via, de qualquer forma, a maioria do voto popular no PS e chegar ao poder", declarou André Bradford.
O parlamentar socialista falava no parlamento dos Açores, na Horta, ilha do Faial, no encerramento da discussão na generalidade das propostas de Plano e de Orçamento para 2019.
Numa intervenção muito crítica para com o PSD e o seu líder recém-eleito, Alexandre Gaudêncio, Bradford advogou que a "rejeição liminar e antecipada do Plano e do Orçamento" por parte dos sociais-democratas "não é coisa nova, é coisa velha dos últimos cinco anos", que "não tem nada de novo nem de renovado".
"Novo e inspirador seria a possibilidade de podermos dialogar sem condições em prol das aspirações dos açorianos. Isso sim seria marcar a diferença", disse ainda.
Depois, o chefe da bancada do PS criticou Alexandre Gaudêncio por posições tomadas enquanto autarca da Ribeira Grande.
"Que coerência pode ser atribuída a um líder partidário que, dirigindo há seis anos o concelho com a maior percentagem de beneficiários do Rendimento Social de Inserção da região, exige que o Governo Regional se responsabilize sozinho pela resolução do problema?", questionou André Bradford.
E prosseguiu: "Que dizer do facto de o município da Ribeira Grande ter prescindido de contribuir com propostas de melhoria, quer para a Estratégia Regional de Combate à Pobreza quer para o subsequente o Plano de Ação?".
O líder parlamentar socialista acusou ainda o autarca, sem nunca dizer diretamente o nome de Gaudêncio, de integrar no orçamento da autarquia "a mesma verba" para o apoio social e para a rubrica "mercados e feiras".
Bradford lembrou que ainda que o Orçamento para 2019 "marca a segunda metade da execução do contrato eleitoral", celebrado com os açorianos em 2016, e "o que foi feito nos dois primeiros anos da atual legislatura demonstra bem" que se está a "respeitar o compromisso assumido" com "inegáveis resultados positivos, que fazem diferença no dia-a-dia de cada açoriano, de cada família, de cada empresa".
"O Plano e o Orçamento que aqui debatemos têm uma marca de água distintiva: a marca da responsabilidade. Responsabilidade que só está ao alcance de quem sabe que não é prometendo tudo, a toda a hora, a todos, que se cumpre o desígnio de reforçar o caminho de desenvolvimento e progresso social e económico na região", prosseguiu o deputado do PS.
A proposta de Orçamento dos Açores para 2019, cujo debate e votação sucedem até sexta-feira, tem um valor global de 1.604,8 milhões de euros e pretende ser, diz o executivo regional, um documento de "confiança" e "previsibilidade" no trajeto económico.
Dos mais de 1,6 mil milhões de euros do orçamento, um total de 205,6 milhões de euros diz respeito a operações extraorçamentais.
"Prevê-se que as despesas de funcionamento dos serviços e organismos da administração regional atinjam os 887,5 milhões de euros, sendo financiadas quase integralmente pelas receitas próprias, que se estimam em 742,3 milhões de euros, o que corresponde a uma taxa de cobertura de 83,6%", indica a proposta.