Açoriano Oriental
Projeto de lei de orçamento dos EUA foi aprovado na Câmara de Representantes

A Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA aprovou o projeto de lei de orçamento, que tenta cumprir promessas de campanha do Presidente Donald Trump, como o alargamento de isenções fiscais

Projeto de lei de orçamento dos EUA foi aprovado na Câmara de Representantes

Autor: Lusa/AO Online

O projeto de lei segue agora para o Senado, onde os republicanos já sinalizaram a sua intenção de fazer alterações significativas, mantendo a incerteza sobre o destino final deste documento emblemático para o Presidente norte-americano.

O presidente republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, fez uma enorme pressão para que os congressistas aprovassem este "grande e belo projeto de lei", como Donald Trump lhe chamou, o mais rapidamente possível.

Johnson tinha agendado uma votação a meio da noite em Washington, e a câmara baixa do Congresso, com maioria republicana, aprovou finalmente a proposta às primeiras horas da madrugada por uma margem estreita de 215 votos a favor e 214 contra — incluindo dois republicanos.

Para Donald Trump, a questão principal deste orçamento é a extensão dos avultados créditos fiscais do seu primeiro mandato, que expiram no final deste ano.

De acordo com vários analistas independentes, a sua extensão poderá aumentar o défice do governo federal em dois a quatro biliões de dólares na próxima década.

O projeto de lei apela também à eliminação do imposto sobre as gorjetas - uma promessa de campanha republicana num país onde muitos trabalhadores dependem delas como principal fonte de rendimento.

Para compensar parcialmente o défice crescente, os republicanos planeiam cortes significativos em certas despesas públicas, incluindo o Medicaid - o seguro de saúde do qual dependem mais de 70 milhões de norte-americanos com baixos rendimentos.

O maior programa público de assistência alimentar também deverá ser severamente afetado.

Em contrapartida, vários analistas consideram que o projeto de lei aumente o rendimento dos 10% das famílias mais ricas, enquanto os 10% das famílias mais pobres verão os seus rendimentos diminuírem.

O projeto de lei apela também à redução ou mesmo à eliminação total de muitos incentivos fiscais para as energias renováveis adotados pelo Governo do ex-presidente Joe Biden.

Os democratas opuseram-se ao projeto de lei, muitos deles denunciando-o como um "golpe fiscal" que beneficia os cidadãos mais ricos.

Também alguns congressistas republicanos moderados temem que os cortes excessivos nestes programas públicos possam representar um risco eleitoral demasiado grande, um ano e meio antes das eleições intercalares.

Mas foram sobretudo os congressistas ultraconservadores, defensores da redução da dívida pública, que se mostraram preocupados com os números colossais da "grande e bela lei" e ameaçaram votar contra ela.

"A minha preocupação com o défice e a dívida é enorme", disse o congressista texano Keith Self, antevendo um agravamento significativo das contas públicas.

Contudo, depois de obterem algumas concessões, a maioria desses congressistas mais radicais uniu-se em torno do texto final.

Donald Trump investiu pessoalmente na tarefa de os convencer, deslocando-se ao Capitólio para se encontrar com alguns deles e recebendo outros na Casa Branca, ao longo do dia de quarta-feira.


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