Autor: Lusa/AO online
"Não vim incomodar o Presidente com trabalho, vim desejar-lhe, naturalmente, as melhoras, inteirar-me do seu estado de saúde, falar como amigo, oferecer um bom livro de espionagem, que é sempre muito bom para recuperar e descansar nestes períodos pós-operatórios", afirmou António Costa aos jornalistas, que lhe perguntaram se tinha falado sobre as alterações à lei de financiamento dos partidos com Marcelo Rebelo de Sousa.
O primeiro-ministro visitou o Presidente da República no hospital Curry Cabral, em Lisboa, acompanhado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e disse ter encontrado o chefe de Estado "muito bem-disposto e a recuperar bem".
"Segundo o professor Eduardo Barroso, em boas condições clínicas. Quanto à aparência, para um leigo, muito conversador, muito animado, bem-disposto. Acho que temos Presidente pronto na próxima semana para regressar à sua atividade normal", contou.
Questionado sobre o regresso à agenda de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa respondeu: "Faz parte da natureza do próprio Presidente uma vontade indomável de estar sempre em ação. Felizmente, vamos rapidamente poder contar com o Presidente em pleno".
Um livro para deixar mensagens ao Presidente, que está a ser disponibilizado pelo hospital, foi assinado pelo primeiro-ministro após a visita.
Antes da visita de António Costa, o Presidente da República recebeu a visita do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e do cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.
O Presidente da República, operado a uma hérnia umbilical na quinta-feira, acordou hoje "muito bem-disposto", o pós-operatório "está a decorrer sem problemas" e deverá ter alta antes de domingo, informou a Presidência.
"Passou uma noite tranquila e acordou muito bem disposto com os parâmetros vitais completamente normais" e o "pós-operatório está a decorrer sem problemas, prevendo-se que possa ter alta antes da passagem de ano", lê-se no boletim clínico, publicado no ‘site' da Presidência da República e assinado pelo cirurgião Eduardo Barroso, que operou Marcelo Rebelo de Sousa no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
A alta dependerá, ainda segundo o boletim clínico, "da evolução do pós-operatório".
O boletim clínico refere, como Eduardo Barroso já dissera na quinta-feira à tarde, que o Presidente foi operado, durante cerca de uma hora e meia, "a uma hérnia umbilical estrangulada", uma intervenção com anestesia geral que decorreu sem problemas.
Novo boletim clínico sobre o estado de saúde do chefe do Estado está previsto para sábado.
Na quinta-feira, o cirurgião Eduardo Barroso já dissera que "o normal" neste tipo de operação é o doente estar dois dias internado.
A notícia do internamento do Presidente da República foi avançada pelo Palácio de Belém ao fim da manhã de quinta-feira.
A intervenção cirúrgica estava prevista para o início de janeiro, mas foi antecipada depois de o médico da Presidência, Daniel Matos, ter diagnosticado uma hérnia estrangulada, o que obrigou a uma operação de urgência.