Açoriano Oriental
Premissa Híbrida faz a união entre desporto e arte

Dois estrangeiros criaram um espaço num armazém em Ponta Delgada onde é possível desenhar e pintar, mas também praticar escalada e utilizar diversos equipamentos desportivos pouco comuns


Autor: Rafael Dutra/Paula Gouveia

Desporto, atividades lúdicas alternativas, arte e convívio comunitário, para todas as idades e pessoas, um espaço que ofereça inúmeras opções ecléticas de entretenimento. São estes os fatores de diferenciação e destaque providenciados pela Premissa Híbrida, um novo espaço em Ponta Delgada, na rua do Laureano, criado por dois estrangeiros.

Clara Luleich, alemã de 25 anos, e Clem Murphy, inglês de 33 anos, chegaram recentemente aos Açores, há cerca de um ano e meio, e há pouco mais de dois anos, respetivamente, e ficaram apaixonados pela ilha de São Miguel, os seus habitantes e a beleza natural do arquipélago. Ambos trabalham de manhã. Clara é tutora online no seu país e Clem é escritor. À tarde estão na Premissa Híbrida, um espaço pouco convencional, com uma abordagem também pouco ortodoxa em termos de horário. Aberto desde 20 de janeiro de 2023, operam cinco dias por semana, num horário pós-laboral, de segunda a quinta-feira, das 18h00 às 21h00 e ao domingo, das 15h00 às 18h00.

“Começamos a construir em dezembro e não parámos até agora. É um processo constante e estamos sempre a melhorar, mas está a ter resultados. Estamos muito felizes por poder receber pessoas”, explica Clara Luleich, em entrevista ao Açoriano Oriental.

Monociclos, patins em linha, slackline, escalada, malabarismo, badminton, skateboards, wakeboards e trampolins. Estes são alguns dos desportos e equipamentos acessíveis na Premissa Híbrida. Há também uma zona exclusiva à arte, com material próprio para pintar e ainda uma área exclusiva para descanso, onde é possível tomar chá ou café.

“Temos uma abordagem muito exploratória, no sentido em que temos todas estas coisas e quem quiser experimentar está à vontade. Nós estamos lá para ajudar, se for necessário. Queríamos criar um espaço confortável, independentemente do nível de experiência [ de cada pessoa]. Um sítio onde não tens necessariamente de saber o que queres fazer, basta vir e experimentar”, afirma a jovem alemã.

A ideia parte, acima de tudo, pela necessidade de criar um espaço que forneça várias alternativas às pessoas, tradicionais e pouco tradicionais. Por um lado, há a opção de praticar desporto ou utilizar os equipamentos, por outro lado há a vertente da arte e pintura. E há também simplesmente a opção de trabalhar, conviver, relaxar ou até de socializar, porque, segundo Clara, há quem apareça só pela companhia.

“Queríamos dar às pessoas um sítio onde possam socializar e conviver. Basicamente, decidimos abrir um espaço comunitário com opções desportivas e artísticas, onde as pessoas podem simplesmente aparecer”, conta Clara Luleich.

No dia 18 de março deste ano fizeram parte do “Laranjeiras em Flor”, um evento que reuniu o Estúdio 13, o espaço Vaga, a Fenda Atellier e a Premissa Híbrida, entidades todas localizadas na área das Laranjeiras, interligando-as.

“Foi um grande prazer fazer parte [do evento], porque somos novos. Ficámos muito contentes por considerarem-nos parceiros”, diz Clara, acrescentando ainda que o evento, onde foram reunidas crianças e os seus pais, foi muito recompensador: “ Foi muito lindo vê-los (crianças) serem ativos com os seus pais”, relata.

Em relação ao futuro, estão a preparar mais atividades diversas de lazer e de envolvimento comunitário, onde predomina a inclusividade.

“Temos um grupo de jovens queer (do Núcleo açoriano da Rede Ex Aequo) que realiza eventos aqui, em ações de troca de conhecimento. Na semana passada pintaram um enorme mural. Vamos continuar a ter os eventos deles aqui”, sublinha a criadora do Premissa Híbrida.

Clara Luleich adianta ainda que, estão a planear “noites de cinema e noites de jogos. Quanto a novos desportos, estamos a tentar encontrar uma alternativa de bom tempo.

Porque somos a opção para o mau tempo. Vamos tentar trazer o tecido acrobático ( atividade onde são praticadas acrobacias aéreas enquanto suspenso num tecido específico) e estamos a pensar em colocar um varão, no estilo de dança no varão, não numa vertente erótica, mas sim desportiva. É sem dúvida algo alternativo, mas gostaria que as pessoas tivessem a oportunidade de experimentar”, destaca.

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