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Populações de Coimbra receberam indicação para sair de casa sem alarmismo

A Proteção Civil solicitou às populações entre Bencanta e Ameal, Coimbra, para prepararem, sem alarmismo, a evacuação, na sequência do previsível aumento do caudal do rio, anunciou a estrutura, em comunicado.

Populações de Coimbra receberam indicação para sair de casa sem alarmismo

Autor: AO Online/ Lusa

"Informa-se que a Proteção Civil Municipal está a solicitar à população das povoações de Bencanta; Espadaneira; Pé de Cão; Casais do Campo; Carregais; Taveiro; Ribeira de Frades; Vila Pouca do Campo; e Ameal (indicativamente entre a Linha Ferroviária do Norte e o Rio Mondego) a acondicionar algum material, acautelar os seus bens e a preparar a evacuação", refere uma nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A decisão, de acordo com o município, "deve-se à informação transmitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Proteção Civil Municipal de que o caudal do Rio Mondego, que atualmente está com 2125 m3/s no Açude-Ponte, irá intensificar nas próximas horas, existindo gravidade extrema de cheias e inundações nesta área geográfica".

Numa passagem pelas várias localidades, onde residem cerca de 2.700 pessoas, a agência Lusa constatou que a população recebeu sem alarmismo a comunicação entregue porta a porta por equipas de bombeiros, PSP e Polícia Municipal.

"A melhor forma é acatar as indicações, já que se tratam de situações imprevisíveis", disse à agência Lusa José Reis, de Bencanta, professor na Faculdade de Economia na Universidade de Coimbra, após ser contactado por uma equipa de rua.

Na mesma povoação, José Rato, de 86 anos, também se preparava para seguir as orientações municipais, mudando com mais cinco elementos da família para casa de uma neta no alto de Santa Clara, na cidade de Coimbra.

"Vivo aqui há 60 anos e nunca tinha acontecido uma coisa destas, mandarem-nos sair de casa", salientou o octogenário à agência Lusa.

Mas nem todos se mostram disponíveis para sair de casa sem evidência que o aumento do caudal do rio os afete diretamente.

Patrícia Pereira, de Ribeira de Frades, salientou à agência Lusa que não vai sair de casa, "a não ser que a água comece a chegar à habitação", lembrando que nas cheias de 2001 a água chegou a entrar nas habitações, mas "sem existir este tipo de medidas".

Mais nervosa com a situação, Fátima Santos, de Casais, mostrou preocupações com a mãe, doente oncológica, que se encontra acamada e que necessita dos bombeiros para a retirar de casa.

"Vou ter de ir para casa de um primo em São Martinho do Bispo", adiantou a mulher, de 58 anos, que nunca viveu "uma situação destas".

A vizinha da frente, Graça Rodrigues, de 64 anos, está igualmente nervosa com a situação, mas diz-se pronta para abandonar a residência, embora saliente que, em anteriores cheias, a água nunca chegou à sua casa.

A Câmara recomenda que a população esteja em "estado de permanente alerta, colabore e a respeite todas as indicações e a sinalização das autoridades".

Em caso de necessidade, as pessoas podem dirigir-se para os seguintes locais de segurança: Pavilhão EB 2.3 de Taveiro, Rua Barqueira, Taveiro; Pavilhão Gimnodesportivo d'O Vigor da Mocidade; Pavilhão E.B. 2.3 Inês de Castro, junto ao Instituto do Sangue.


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